quinta-feira, 5 de novembro de 2020

A Consciência: fora do abismo

O fundador da Psicologia Analítica, o grande Carl Gustav Jung, em várias de suas obras, nos expõe conceitos explicativos a respeito do Inconsciente Coletivo e do Inconsciente Individual. Os dois, segundo o psicólogo, podem ter sido apenas nomeados por eles como tal, mesmo porque já haviam em forma de estruturas mais fixas, como os arquétipos no passado.

Todos inclinados a 'explicar' a saga humana, desde a tenra idade até o final da vida. Segundo Jung, para entender os arquétipos, no entanto, deve-se compreender as histórias míticas que norteiam cada cultura, de modo que reunidas como linhas paralelas, as quais se encontram em um só ponto no final, vão delinear o que somos, ou pelo menos explicar o enredo humano.

Nesse ínterim, Jung deixa bem claro que, para compreender tais conceitos, sejam de arquétipos, sejam de Inconscientes, é preciso entender que a consciência é parte do todo humano, não aleatória ao indivíduo, muito pelo contrário. Desde cedo, pode-se dizer que temos a percepção dela através das funções mentais.

Primeiro, antes de tudo, por meio do aspecto emocional, sem o qual não há como visualizar o que podemos ou não trazer à psiquê (alma), e de alguma forma restringir ou não o que se acrescenta à consciência. Isto é, como uma pequena estrada que se torna edificante com o tempo, a consciência se inicia e se torna forte. Ou mesmo como muros, feitos de tijolos fortes, desde o início, e terminam como tal. Entretanto, quando se fala em consciência é preciso entender que não se faz apenas caminhos e muros, mas algo que, a depender do Inconsciente passado, o coletivo, pode haver mudanças ou não.

Aqui moram os contos, os mitos, e as histórias tradicionais nas quais a humanidade teve a singularidade única de passar. Hoje, a exemplo, o Egito não é mais o mesmo, porém, há, ao mesmo tempo, na alma coletiva -- não na mente dos atuais habitantes,--, o grande respeito de um país que foi no passado potência espiritual, e até, em algum momento, estrutural e simbólica. Assim, em várias outras culturas nas quais nem mesmo a educação se aproxima do que fora antes, hoje, podemos dizer que ainda resguarda um elo com o passado. Incrível.

Jung, voltando, demonstra que a Consciência é a razão para qual se vai a consciência individual, e também coletiva. Ou seja, quando nas histórias passadas ou mesmo atuais, houver algo que religue com a Alma (Talvez o Nows platônico), há a realização sagrada de cada um.



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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Consciência: a Falta de Escolhas

Zeus, o maior dos deuses do Panteão grego, não era apenas uma divindade inventada para o ocupar o lugar em um mito. Todo indivíduo, assim como o indivíduo nórdico para a figura de Odin, sabia que suas estruturas internas dependiam daquele ser 'inventado', daquela figura, a qual, assim como centenas de outras da História, mesmo porque um 'inconsciente' já o tomava em relação aos deuses, ao sagrado, a si mesmo.

Por isso, os sacrifícios, as homenagens, ou melhor, a prática voltada àquela figura, que, misturado a evidências, às circunstâncias, ao que poderia ou não ser explicado, teria que continuar... Ou seja, o grego, o nórdico, o romano, ou mesmo o egípcio não acreditavam que tudo era desígnio apenas de uma natureza pessoal, porém, mais profunda, enraizada em preceitos não só históricos, mas racionais, no sentido de compreender uma Razão na qual o próprio homem não pudera jamais explicar.

Por fim, não havia o "vou fazer porque eu quero", e sim, pelo menos na maioria de seus atos, o que as divindades aceitavam, e Zeus, assim com Osíris, entre outros, de um Ocidente esquecido, "permitia", ou melhor, religava-se àquele.

Para cada ato, trabalho, oração, havia um ser no Oculto, tão explanado pelos grandes do passado, e hoje pelos descendentes destes, os quais, em vias modernas, tentam encaixar a consciência tradicional de volta ao seu eixo. Não é fácil. Estamos em outros tempos, em lugares cujas palavras ou o seu jeito de se encaixar nas orações, além de seus significados, caiu, sem falar nos templos passados, nos quais crenças passadas nada mais são do que homens presos aos seus interesses e pedras frias, a espera do passado.

A consciência, a meu ver, se mudou. Foi para um caminho mais estreito, cheio de irrelevâncias e ao mesmo tempo sem respeito algum. Antes, por mais simples e banais que pudessem parecer, nossas obrigações para com a 'linha imaginária' da consciência não era tão falha: tínhamos uma relação, um equilíbrio cantados, transformados em educação (do edutiere: de dentro para fora), em símbolos, fossem eles naturais ou criados com tais finalidades, mas eram tão sagrados e firmes quanto esse presente em que se nascem verdades em cada canto, em forma de igrejas e homens sem sabedoria...

A maioria dos homens, claro, não eram sábios à época, entretanto reverberava em forma de palavras nas fogueiras, nos livros, ou, antes, em hieróglifos, nos quais apenas o que 'se deveria' ensinar estava lá, não o que era fútil, desnecessário, ou mesmo com o fins de resguardar aos reais apaixonados pela verdade, os quais nasceram e morreram por ela. 

Estamos longe de sermos sábios, mas sabemos que nossa consciência, hoje, norteada por histórias interpretadas à luz da política, e da pouca religião entre os homens, nos faz adormecer a alma e nos inclinar ao espírito dos amos de uma grande caverna..



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Consciência: à sombra de Deus

Na antiguidade clássica, muitas das nações estiveram sob o manto de divindades que atuavam quase que diretamente no cotidiano daquele povo. Havia várias, não uma, mas várias às quais se prestavam serviços sagrados, e para as quais sentimentos, emoções, guerras, conflitos de todos os níveis eram levados -- e por que não dizer elevados.

Não havia uma brecha na qual não se podia fazer um pequeno sacrifício, ou mesmo uma interpelação seja ela de qual nível fosse; tudo era, de algum modo, em nome Delas. Isto é, tinha uma direção, uma forma clara (e quase visível de) condução daquelas consciências ao alto, ao sol, às esferas mais misteriosas de que se poderia imaginar.

Os mitos, para isso, foram elaborados. Em suas manobras necessárias para compreender e elevar a consciência coletiva daquele povo, graduados religiosos -- os sacerdotes --, como fiadores do tempo, mestres eternos, imortalizaram o universo, com participação dos deuses e humanos, em histórias que não apenas contam os passos humanos em direção ao sagrado, ao profano, mas principalmente a si mesmo.

Tudo se tornou um elo muito forte entre o homem e Deus, ou entre os seres mortais e os deuses imortais até então. Para quem já ouviu ou leu a respeito das várias culturas (Egito, Roma, Grécia, Persa, Alemanha, entre outras), sabe que, à época em que se falavam de deuses, todas elas possuíam uma casualidade relacionada ao seu modo de vida. Mas, a que mais se tornou potência nesse quesito, pelo menos desse lado do Ocidente, foi a Grécia.

Nela, vários mitos serviram para contar, como uma grande metáfora, a história da Humanidade, do homem, e sua participação vital no planeta. Há, claro, os mais detalhistas, além de criteriosos; há os filósofos, os sociais, os religiosos, enfim, pode-se trazer à tona qualquer elemento dentro de uma de suas histórias, que nossa consciência, de alguma maneira, tangencia ao que temos hoje.

E o que temos hoje?

Temos uma grande divindade que não admite histórias, nem lendas ou mitos para que possamos compreendê-la melhor. 



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A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....