quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Consciência: a Falta de Escolhas

Zeus, o maior dos deuses do Panteão grego, não era apenas uma divindade inventada para o ocupar o lugar em um mito. Todo indivíduo, assim como o indivíduo nórdico para a figura de Odin, sabia que suas estruturas internas dependiam daquele ser 'inventado', daquela figura, a qual, assim como centenas de outras da História, mesmo porque um 'inconsciente' já o tomava em relação aos deuses, ao sagrado, a si mesmo.

Por isso, os sacrifícios, as homenagens, ou melhor, a prática voltada àquela figura, que, misturado a evidências, às circunstâncias, ao que poderia ou não ser explicado, teria que continuar... Ou seja, o grego, o nórdico, o romano, ou mesmo o egípcio não acreditavam que tudo era desígnio apenas de uma natureza pessoal, porém, mais profunda, enraizada em preceitos não só históricos, mas racionais, no sentido de compreender uma Razão na qual o próprio homem não pudera jamais explicar.

Por fim, não havia o "vou fazer porque eu quero", e sim, pelo menos na maioria de seus atos, o que as divindades aceitavam, e Zeus, assim com Osíris, entre outros, de um Ocidente esquecido, "permitia", ou melhor, religava-se àquele.

Para cada ato, trabalho, oração, havia um ser no Oculto, tão explanado pelos grandes do passado, e hoje pelos descendentes destes, os quais, em vias modernas, tentam encaixar a consciência tradicional de volta ao seu eixo. Não é fácil. Estamos em outros tempos, em lugares cujas palavras ou o seu jeito de se encaixar nas orações, além de seus significados, caiu, sem falar nos templos passados, nos quais crenças passadas nada mais são do que homens presos aos seus interesses e pedras frias, a espera do passado.

A consciência, a meu ver, se mudou. Foi para um caminho mais estreito, cheio de irrelevâncias e ao mesmo tempo sem respeito algum. Antes, por mais simples e banais que pudessem parecer, nossas obrigações para com a 'linha imaginária' da consciência não era tão falha: tínhamos uma relação, um equilíbrio cantados, transformados em educação (do edutiere: de dentro para fora), em símbolos, fossem eles naturais ou criados com tais finalidades, mas eram tão sagrados e firmes quanto esse presente em que se nascem verdades em cada canto, em forma de igrejas e homens sem sabedoria...

A maioria dos homens, claro, não eram sábios à época, entretanto reverberava em forma de palavras nas fogueiras, nos livros, ou, antes, em hieróglifos, nos quais apenas o que 'se deveria' ensinar estava lá, não o que era fútil, desnecessário, ou mesmo com o fins de resguardar aos reais apaixonados pela verdade, os quais nasceram e morreram por ela. 

Estamos longe de sermos sábios, mas sabemos que nossa consciência, hoje, norteada por histórias interpretadas à luz da política, e da pouca religião entre os homens, nos faz adormecer a alma e nos inclinar ao espírito dos amos de uma grande caverna..



Volto depois.



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