domingo, 25 de outubro de 2020

Consciência: reta ação ou centro?

Consciência; com ciência, ciência, centro... Com centro. Não é à revelia das palavras que vos escrevo nesse pedaço de espaço o que há para entender, de início, o significado de nosso assunto, que, durante nossas vidas, nos instiga a questionar o porquê dela, da consciência.

Como no início fiz uma colocação de um significado, interposto por dicionaristas, baseado em premissas psicológicas, não filosóficas -- longe disso --, achei por bem trazer à tona algum elemento que, na visão dos grandes do passado, da tradição, na qual palavras não eram subjugadas, mas acertadas em raiz, produziam um efeito maior e melhor do que acreditamos hoje... A exemplo da palavra coragem: "moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez...", ou seja, a semântica acorda para um lado em que o sol está forte, mas não para os dois lados da cama. 

Tais sentidos dados às palavras, atualmente, corrói o que de início eram, e produzem o que raramente é; no caso de 'coragem', posso dizer que no passado longínquo, ela era interpretada como algo mais subjacente ao que temos na alma, o coração -- de onde vem o verbete. Nosso coração, como sabemos é tão indecifrável quanto qualquer estrela não vista, e há os que tentam de alguma forma entrelaçá-lo a outros adjetivos, tão passageiros quanto.

Assim como coração, consciência, essa que temos, nos direciona ao centro, esse indecifrável centro para o qual tentamos obter forças e prosseguir. Entretanto, mais do que o coração, nosso centro é escondido, invisível, quase que abstrato e por isso inventamos centros externos. A prova maior é a dor que sentimos quando um ente se vai. Não há nada que nos faça mudar de opinião, seja ela filosófica, moral, social, ou pior, religiosa, ou até mesma política na medida que nos sentimos sozinho com aquele vazio de respostas, as quais são direcionadas apenas aos nossos interesses particulares. 

Nosso maior problema talvez seja esse: esperar que nos ocorra algo desse tamanho para que possamos direcionar nossas possibilidades de compreensão do mundo e a nós mesmos, e entender aquele momento... Na realidade, não sei se é esse nosso "maior problema", mesmo porque temos tanto, que somos obrigados a elencá-los na maioria das vezes e nos questionar o porquê de não fazermos mais e mais esse exercício natural da espécie humana.

Meu primeiro exercício para descobrir o "que é consciência" talvez tenha sido há mais de quinze anos, em uma sala de aula, em que havia professores sérios trabalhando nossos conceitos acerca das palavras e do poder que elas exerciam no passado e quando realmente eram levadas a sério. A palavra 'consciência', lembrou nosso genitor de almas, tem origem no centro de cada um, do próprio homem, e do universo. É como a razão, que trabalhada com vistas aos conceitos universais, se torna racional, não intelectual, como sempre pensamos...

Consciência, quando trabalhada, quando percebida como uma necessidade humana, se torna tão grande quanto qualquer significado. O maior exemplo disso talvez tenha sido a própria História humana que, ao passar dos séculos, nos demonstrou que a consciência humana está sempre direcionada a algo maior do que o próprio homem. 

Aqui cabe salientar o que Jung dizia acerca do Inconsciente Coletivo, com o qual o ser humano segue sem saber. Desde o nascimento, infância, juventude, envelhecimento e morte. Segundo Jung, iluminados pelo Inconsciente, o homem não vive no deserto, muito menos em mares esquecido. Vive o homem dentro de uma busca universal pelo valores que a própria natureza lhe dera desde quando seu surgimento. 

Assim, a grande Consciência nos trabalha, nos delega exercícios naturais, os quais são vistos por nós, na maioria das vezes, como castigo dos deuses, ou mesmo de Deus. Porém, não se verifica a elasticidade natural da própria Consciência que nos joga de um lado para o outro, de modo a nos fazer conscientes d'Ela própria.

Tão forte e inclinada a nos fazer certeiros em seu conceito, mas indiferente ao que realmente somos, a Consciência não pensa, não manda, não ordena -- apesar de fazer parte de uma Ordem, mesmo assim ela é algo sem atributos, e ao mesmo tempo forte e clara tanto quanto um rio não descoberto pelo homem.



Voltamos.



sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Consciência: conceitos

O que significa "ter consciência dos fatos", "do mundo" ou "de algo que ainda não é perceptível" ? A consciência, nesse caso, de maneira bem explanada pelos dicionaristas, baseados em critérios psicológicos, nos surge como algo que possamos pegar, levar e trazer, tal qual uma colher que se vai à boca na hora da comida. Chega a ser duvidoso.

Como um "sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior", ou "sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais"... A consciência assim é definida atualmente e nos sugere buscar mais conceitos, de modo a nos aprofundar no assunto, o que para nós, pequenos buscadores, seria um trabalho nada pomposo.

Iremos então trazer à tona apenas o que nos interessa, dentro, é claro, de pesquisas nas quais a tradição que invocava a consciência como algo maior, mais direcionado e prodigioso ao ser humano. A exemplo do que eu dissera lá trás (do macaco em seu galho), para uma leve compreensão, podemos perfurar mais.

Entretanto, por ser um assunto um tanto quanto quase que abstrato a meu ver, vou levá-lo em base metafórica, quase que neuro-simbólica, não simbólica, criando caminhos para que possamos entender nosso próprio eu.

Os mitos vão nos servir para tanto, mesmo porque quando nos reportamos a eles é como que o fizéssemos em todos os termos, sejam eles humanos, divinos, profanos, sagrado, enfim, e abarcando (ou embarcando) (n)esse mar, de repente nos aparecerão raios próprios daqueles heróis que buscam saídas de suas cavernas, e quando estão presos ao inconsciente, aparecem as divindades e os auxiliam.


A gente se vê!



quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A Consciência

De uma coisa eu sei: eu devo ser louco ao ponto de querer trabalhar um assunto tão específico e ao mesmo tempo profundo. Louco ou não, esse formigueiro de minha alma me faz coçar até até o espírito para tentar entender, pelo menos, um pouco dele. E, se os deuses me derem força, tentarei trazer à tona elementos, por meio de fontes, sejam elas de experiências ou mesmo de livros, com a finalidade de retirar um pouco desse véu que me atrai para retirá-lo da face do meu destino.

A Consciência, isso mesmo, com 'c' maiúsculo, é algo que nos transcende a opinião humana, mas sabemos o quanto somos buscadores, ainda que pequenos e quase insignificantes, de seu significado aqui, agora, com as ferramentas que temos. E quando me refiro a ferramentas, não falo de martelos literais ou de pregos fortes, mas ferramentas com viés metafóricos, ou seja, o que nos faz comparar um elemento A com elemento B, não somados, mas interceptados - como na matemática, lembram? -- do qual nos surge um terceiro elemento, a metáfora.

Mesmo assim, o terreno em que trabalhamos é muito impuro, sem possibilidades de plantio, de colheita, enfim, precisamos mais do que ferramentas para entender a razão da consciência (agora com 'c' minúsculo) em nós, mesmo porque não é algo físico, simbólico, o que nos faz acreditar que seria mais metafísico do que qualquer outra coisa... Mas não é.

Macacos nos Galhos.

Já que não temos tanto para trabalhar inicialmente, posso iniciar a discursão com uma máxima de um filósofo do qual estou lendo um livro intitulado "Pequenos Segredos para Engrandecer a Alma", no qual faz alusões à vida de maneira filosófica, detalhando a presença divina em nossas vidas, sobre as quais não falamos, comentamos ou mesmo vemos, contudo, estão aqui, perto de nós. 

Ele, o grande mestre sobre a consciência diz "Ela pula como um macaco. De repente, por causa de uma dor, poder estar na perna, na cabeça ou mesmo, quando da falta de recursos, em nosso 'bolso'". Ou seja, compreender a consciência é um tanto quanto difícil, justamente pelo fato de que ela nunca está em seu devido lugar, em razão de nossos conflitos internos ou externos.

Há muitas verdades nisso, principalmente quando iniciamos um pensamento -- em prática -- direcionado ao que foi dito. Ao entrar em um estádio cheio de torcedores, por exemplo, antes da partida, já estamos nervosos, presos àquele pensamento que, a depender do mosquito que nos 'belisca', nem o sentimos! Ou, para ilustrar melhor, quando um pré-pai recebe a notícia de que será genitor de uma criança que em nove meses será seu pequeno filho... A consciência dele se volta quase por completo, naquele instante, eu seu sagrado instante, ao fato de ser pai, e o céu se faz (para muitos o inferno), mas seja lá qual for seu sentimento, outras notícias não vão lhe fazer sentido...

E assim o macaco pula de galho e galho, na busca por uma árvore acolhedora. Até quando?



Boa tarde.

Volto outro dia.




A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....