quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Educação Religiosa


Muitos dos colégios atuais, segundo pesquisa, são a favor da educação religiosa em salas de aula. É certo que tal educação, com relação a outras “educações”, é necessária, para fins informativos, não formais. Digo isso justamente porque há paises nos quais há essa preocupação – de impor a religiosidade em sala de aula --, no entanto, mesmo com a boa intenção, não conseguem frear o desmantelo de uma sociedade.

Não sei se é com esse motivo – ideal talvez — mas exemplos nos diz que a direção parece oposta ao da ideia original. A cada dia, a violência em sala de aula aumenta, mesmo em países cujas estruturas são de primeiro mundo. É de se imaginar que, aqui, no Brasil, não seria diferente, mesmo porque não somos levados a acreditar na educação como meio de evolução de uma sociedade – caso contrário não haveria problemas de professores, alunos largados, salas quebradas... Enfim, como é que podemos pensar em refletir sobre ensino religioso se não acreditamos nem mesmo na educação?

A educação, como modelo básico da credibilidade, como meio de sustentabilidade de um país, deve ser, acima de tudo, de tudo mesmo, o pensamento do governante. Nela, sabemos que se encaixa a filosofia, a família, a religião, a ética comportamental, o respeito ao trabalho, à condição humana... E assim por diante. Ou seja, respeitar o próprio desígnio da educação é a meta de cada um. Cabe ao governante levar a prática nas estruturas escolares, na experiência de cada professor, na formalidade tradicional, que sempre considerou a educação como meio natural de harmonização do homem com o próximo (e meio ambiente).

A religiosidade, hoje tratada à parte pelos especialistas, governantes, virou educação também, porém não da maneira tradicional; o que nos faz repensar o que seria religião, educação, e outros conceitos que foram transformados em cinzas pelo modernismo, ou marginalizados, quer dizer, quando necessitamos, o pegamos e levamos para dentro de nossas casas, tal qual crianças abandonadas, contudo sem conhecer suas raízes.

A Educação, como ponte entre o comportamento humano e suas consecuções objetivas, virou educação religiosa. Não há outra forma de reconhecer, senão dessa forma. Realmente um abstracionismo fora do comum...Isto é, duas forças, assim como duas potências num mesmo espaço, o que nos dá margem para conceituá-las de qualquer maneira sem que saibamos quem realmente são.

Educação religiosa deveria ser, já que se criou esse seguimento, uma única forma de se educar, em todas as classes. Levando ao aluno a tradição de várias nações que um dia adquiriram conhecimento e transformaram milhões de pessoas durante séculos. Ainda, levar a ele a natureza da causa e consequência naturais, com as quais lida desde criança, mas, com a advento das novas educações, fora apagado, extinto, e dessa forma retirado do seu âmbito humano... Todas religiões nos trazem essa filosofia, e por isso é natural a todos os seres humanos entenderem isso, não apenas os jovens. Estaríamos assim a falar de uma re-educação voltada a todos, até aqueles que se acham conhecedores dela (de toda educação).

Levar aos alunos a reflexão acerca de si mesmo e de seus atos, por meio dessa grande lei (causa/efeito) seria tão necessário quanto sua passagem pelo mundo. Além dessa filosofia, fazer com que sua política comportamental mudasse dentro dos parâmetros Éticos e Morais – também incessantemente ventilados pela tradição grega, a qual nos deixou, visivelmente, legados culturais, políticos, religiosos, familiares, sociais, etc – mas que sempre fazemos vista grossa, por sermos tão falhos na interpretação do que é realmente valoroso a todos.

Falar sobre Deus incessantemente, também, e direcioná-los ao respeito que cada cultura tinha uma com a outra nesse quesito, nunca dizer que “sobre Deus não se discute”, pois estaríamos fugindo de uma outra natureza, a nossa, a que se esconde em tudo, em nós mesmos. Dizer que Deus é uno, e se esconde em todas as estruturas inatas (e natas), nas quais até o próprio homem se insere. Dizer que Deus não é (jamais), e sim que é; não deixá-lo conceituar as divindades, pois estaríamos vulgarizando a própria existência humana, universal, mítica, e a todos aqueles que um dia nos passou com sua real religiosidade tais informações.

O comportamento humano depende essencialmente da religiosidade. Objetivos materiais, psicológicos, financeiros e principalmente espirituais não seriam reais objetivos. É como se houvesse letras em uma partitura sem notas musicais. A música é a religião da letra; flores sem o perfume, noite sem a poesia; o dia sem o sol, e daí pra frente... O homem, em todas as suas atividades, precisa de algo que o religue, o eduque, o direcione em seu caminho (fora os descaminhos), levando em conta sempre suas experiências individuais a fim de um crescimento vertical, acima de tudo. Cada um dentro de suas limitações, claro.

A educação religiosa, ao englobar toda educação, teria a responsabilidade natural, não forçosa, em fazer com que todos os jovens observassem a realidade atual e, com o tempo, modificá-la, crescendo e desenvolvendo, vivendo sob a sobra da maior de todas as responsabilidades, a de que ele é hoje o que plantou ontem.

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