Às vezes é preciso se apaixonar para dizer o quanto somos volúveis como sacos ao vento. É preciso mais que isso; é preciso ir ao fundo do fosso e dizer “como vou sair, pelo amor dos deuses!”, e mais tarde chorar porque saiu e viu, de longe, em que se meteu.
É, como diz a palavra a ela cognata, é de se apaixonar!
Quão fogo, larva, dor, terremoto, e ao tempo luzes, flores, sorrisos, paz... E depois, guerra, sangue, dúvidas, loucuras conscientes... Enfim, uma gama de luas e sóis permeando nas janelas de sua alma e ao passo... Dentro!
Faltava-me subir as paredes, escalar montanhas com as unhas, enfrentar gorilas, leões, comê-los crus no almoço... Bem... Uma coisa foi bem certa: todas as vezes que me vinha à consciência de meu estado, eu refletia. Mas uma reflexão inútil, pois me tornava pior com cada minuto que restava, quebrando tudo, distorcendo minhas emoções, desvirtuando meus pensamentos, desmistificando meu caminho...
A consciência, presa à loucura, quebrava a jaula dos idealismos, da religiosidade, e o pior... da própria filosofia... Lembrei-me das obras de Wagner ao iniciar com um grande órgão e explodir com os instrumentais ensurdecedores!
A educação, esmerada num principio significativo – a do legado de uma tradição --, mostrava-se crua, sem gosto, também inútil. Tanto quanto uma lula sem seus tentáculos, minha educação tornava-se deficiente, ou invisível. Motivo: a paixão! Esse monstro cruel que destrói famílias, desconserta sociedades, descaminha heróis, retira a pureza das flores, e assassina a todos. Esse sentimento baseado no sem-principio, na matéria carnosa, no sexo, nos lábios, no corpo, nos encontros, no nada... é como um filho desgarrado a transformar um canteiro zelado por Deus em migalhas pisoteadas pelo Diabo.
Assim, a empurrar o homem do mais alto abismo, a paixão sorri do alto e conta mais uma vitima – eu. Sofregamente embriagado, desfiz de meus princípios educacionais, cai na lona vermelha da vida, a ser pisoteado pelos mestres, os quais nem me viram pedir ajuda. Todavia, fui culpado de tudo. E estava apaixonado!
Nessa selva fria, sem uma fogueira para alimentar minhas esperanças, sozinho, com os piores dos animais – eu --, me punha a gritar em silêncio em meio a zebras, onças, cobras, tal qual o mudo em uma tentativa vã de ser ouvido. Meu grito, todavia, era interno, a causar uma dor maior, a da solidão, aquela praticada apenas em prisões turcas, nas quais nem mesmo a própria mãe sabe onde você está...
A tortura começava e não tinha tempo para cessar. Minhas mãos, trêmulas com cada ato, burlava meu rosto, quebrava vidros; meu rosto, sem poder mostrar a aparência denotativa, caía na conotação da alegria explicita, sem mesmo mostrar os dentes.
Meu coração, coitado, a mais de duzentos por minuto, tentava, em vão, sair do corpo, como no filme Alien, o oitavo passageiro – quando o monstrengo, depois de se alimentar das vísceras, tentar abrir, no meio de nosso estomago, uma fresta, esticando nossa pele... Assim eu me sentia.
A paixão é um verme que nos comanda. Ter consciência desse verme é pouco. É preciso estar preparado disciplinarmente e quando encontrá-lo vivenciá-lo como um poeta. Assim eu fui... Ou tentando ser.
De uma coisa estou certo. O amor pode ser confundido com paixão. A principio, leve como uma brisa, perfumado como uma rosa-criança, e termina como tsunami na alma, sequestrando nossos ideais mais íntimos. O homem apodrece, cai à lona, morre, ressuscita, tenta se elevar, mas os pés não andam, os músculos doem, o corpo inteiro não obedece... A guerra ainda não acabou.
Os poros de minha alma, também dolorida, me fazem sucumbir às palavras mais singelas, mas continuo com o sorriso trôpego, andando ao encontro de minha vida, e sendo puxado pela morte, esta que dá gargalhadas à beira de meu ouvido ferido. Não há, nem mesmo, alguém que venha do céu e me auxiliar a morrer, ou viver, apenas a me pisar na seca de meus sentimentos...
É, como diz a palavra a ela cognata, é de se apaixonar!
Quão fogo, larva, dor, terremoto, e ao tempo luzes, flores, sorrisos, paz... E depois, guerra, sangue, dúvidas, loucuras conscientes... Enfim, uma gama de luas e sóis permeando nas janelas de sua alma e ao passo... Dentro!
Faltava-me subir as paredes, escalar montanhas com as unhas, enfrentar gorilas, leões, comê-los crus no almoço... Bem... Uma coisa foi bem certa: todas as vezes que me vinha à consciência de meu estado, eu refletia. Mas uma reflexão inútil, pois me tornava pior com cada minuto que restava, quebrando tudo, distorcendo minhas emoções, desvirtuando meus pensamentos, desmistificando meu caminho...
A consciência, presa à loucura, quebrava a jaula dos idealismos, da religiosidade, e o pior... da própria filosofia... Lembrei-me das obras de Wagner ao iniciar com um grande órgão e explodir com os instrumentais ensurdecedores!
A educação, esmerada num principio significativo – a do legado de uma tradição --, mostrava-se crua, sem gosto, também inútil. Tanto quanto uma lula sem seus tentáculos, minha educação tornava-se deficiente, ou invisível. Motivo: a paixão! Esse monstro cruel que destrói famílias, desconserta sociedades, descaminha heróis, retira a pureza das flores, e assassina a todos. Esse sentimento baseado no sem-principio, na matéria carnosa, no sexo, nos lábios, no corpo, nos encontros, no nada... é como um filho desgarrado a transformar um canteiro zelado por Deus em migalhas pisoteadas pelo Diabo.
Assim, a empurrar o homem do mais alto abismo, a paixão sorri do alto e conta mais uma vitima – eu. Sofregamente embriagado, desfiz de meus princípios educacionais, cai na lona vermelha da vida, a ser pisoteado pelos mestres, os quais nem me viram pedir ajuda. Todavia, fui culpado de tudo. E estava apaixonado!
Nessa selva fria, sem uma fogueira para alimentar minhas esperanças, sozinho, com os piores dos animais – eu --, me punha a gritar em silêncio em meio a zebras, onças, cobras, tal qual o mudo em uma tentativa vã de ser ouvido. Meu grito, todavia, era interno, a causar uma dor maior, a da solidão, aquela praticada apenas em prisões turcas, nas quais nem mesmo a própria mãe sabe onde você está...
A tortura começava e não tinha tempo para cessar. Minhas mãos, trêmulas com cada ato, burlava meu rosto, quebrava vidros; meu rosto, sem poder mostrar a aparência denotativa, caía na conotação da alegria explicita, sem mesmo mostrar os dentes.
Meu coração, coitado, a mais de duzentos por minuto, tentava, em vão, sair do corpo, como no filme Alien, o oitavo passageiro – quando o monstrengo, depois de se alimentar das vísceras, tentar abrir, no meio de nosso estomago, uma fresta, esticando nossa pele... Assim eu me sentia.
A paixão é um verme que nos comanda. Ter consciência desse verme é pouco. É preciso estar preparado disciplinarmente e quando encontrá-lo vivenciá-lo como um poeta. Assim eu fui... Ou tentando ser.
De uma coisa estou certo. O amor pode ser confundido com paixão. A principio, leve como uma brisa, perfumado como uma rosa-criança, e termina como tsunami na alma, sequestrando nossos ideais mais íntimos. O homem apodrece, cai à lona, morre, ressuscita, tenta se elevar, mas os pés não andam, os músculos doem, o corpo inteiro não obedece... A guerra ainda não acabou.
Os poros de minha alma, também dolorida, me fazem sucumbir às palavras mais singelas, mas continuo com o sorriso trôpego, andando ao encontro de minha vida, e sendo puxado pela morte, esta que dá gargalhadas à beira de meu ouvido ferido. Não há, nem mesmo, alguém que venha do céu e me auxiliar a morrer, ou viver, apenas a me pisar na seca de meus sentimentos...

Mas as metáforas da paixão serão sempre inacabadas quando se trata de expor os sentimentos na tentativa de compará-la. Nunca haverá palavra no mundo que demonstre o horror de suas características quando inclinadas a explicar o que sentimos.
Mas uma coisa é certa. Enquanto houver a mulher, esse ser que perturba e ao passo completa o homem, jamais na história da humanidade o homem entenderá o que é paixão – pois estará muito ocupado tentando se levantar da terra que o tenta consumir...
A todas às mulheres.
R:)
Querido RegisBamaScorcese,
ResponderExcluirvocê escreve pacas! Adorei o texto, poético, lírico e divertido. Ó, quanta angústia provocamos, não é mesmo? Pobres homens a se martirizar em nosso nome...Confesso que me senti muito poderosa!
Parabéns!
Abraços e siga nos brindando com textos legais assim.
Dona Lu