sexta-feira, 17 de abril de 2015

Jardins Esquecidos

Só de margaridas nosso mundo seria feio.



Hoje bradamos como loucos em guerras, somos grosseiros como homens famintos, que querem ser saciados na hora, ou em questão de minutos; somos loucos desvairados, a gritar pelo mundo o que um sistema é e não é, como se realmente tivéssemos problemas neurológicos... Mas não temos, e não somos esses exemplos citados -- pelo menos na maioria da vezes...

A verdade é que lá no fundo de nossas almas burla o que realmente somos, o que realmente queremos ser, mas o rio de loucuras que deságua em nossas vidas, o mar de revolta que o mundo nos causa, e na maioria, pequenos problemas familiares, profissionais, sociais... Nos fazem distante de refletir acerca desse assunto.

Somos o que resguardamos, dentro do coração, a independer de nossas opiniões, de nossos falsos ideais nos quais acreditamos tanto; de nossas raízes, que fomentam, mas não refletem, nem de longe, o que a alma esconde. E é nisso que devemos acreditar, buscar, praticar... revelar, não ao mundo, mas a nós mesmos, de modo que, todos os dias, tenhamos um pouco de esperança de encontrar esse elo entre o homem e a Deus.

Diferenças

Vejo pelo sites notícias a respeito de diferenças, dessas que, há muito, fazem efeito na vida social do homem. Como as diferenças raciais, sociais, físicas, etc. Todas elas -- percebo -- desaparecem quando há um terceiro inimigo ou uma situação na qual temos que nos mostrar o que somos, realmente.

Sei que é difícil entender, mas a exemplo de filmes hollywoodianos que mostram brigas entre homens e mulheres, filhos e pais, famílias contra outra, negros e brancos (sempre a mesma coisa!), nesses filmes, quando há um terceiro elemento que "foge" a esse cotidiano, como uma invasão de ETs, um grande vilão, ou quando a terra sofre um abalo, enfim, percebem que as situações se calam? todas elas?

As diferenças se voltam para se armarem no melhor sentido da palavra com intuito de protegerem-se (a si mesmos e aos outros), da calamidade que está na porta daquele cotidiano que fora "atrapalhado", sem ter pedido licença. E nem poderia... 

A União

Quando temos problemas em casa, quando o maior dos conflitos está sendo resolvido, ou quando tudo está indo por água abaixo, e de repente, aparece aquela velhinha, a vizinha, a sogrinha, ou a mamãe (sei lá), e com seu sorriso encantador resolve perguntar... "estão todos bem?". A partir daí, sem perder a pose, todos respondem positivamente a linda senhora, sentam-se com ela, tomam um café bem quentinho, e quando ela se vai, parece, não sabemos nem o porquê iniciamos a guerra que já estava quase matando a todos...

Buscar uma solução antes é sempre meio difícil a todos, mas ter a consciência de que há sempre um elemento que resguarda as soluções, por mais difíceis que sejam, é uma tendência humana em falta, e bem distante atualmente em nós. Porém, há sempre aquele que entende, ou procura entender, que tudo se resolve da maneira mais positiva possível, sem que haja dores, sem que haja conflitos desumanos, sanguinários, e mais, há aquele que bate na porta de nossa caixa torácica, em nome da alma, implorando que sejamos resistentes ao mal do mundo... O coração.


Coração

Este, filtro maior do que somos e passamos, pensamos, vivemos, sentimos, revela-se sempre ele mesmo, Não adianta vir com filosofias bregas, políticas raras, religiões persuasivas, que ele sempre se mostra, revela-se, corajosamente, ele mesmo.

Não adianta, se somos racistas, seremos apenas até o momento em que haverá situações nas quais o coração sentir que não somos. A prova disso é de homens brutos, violentos, que demonstram, em circunstâncias inesperadas, um salvamento, um heroísmo, um gesto forte no qual ele próprio se surpreende. É o coração,

Não adianta aquela vizinha brigona ofender pelo resto da vida sua pior amiga, até o momento em que aparece um carro naquela esquina perigosa, a mais de cem por hora, a atingir uma das duas. Percebe-se que o coração revela que tudo que fora plantado por elas, até aquele dia, não valera de nada. O sentimento de humanidade sobrepuja-se, toma conta de seu corpo, e vêm as lagrimas de arrependimento pelos dias inúteis de briga. mais inúteis ainda.

Assim, muitos racistas, preconceituosos, discriminadores, deixam de o ser, em razão de entender, pelo amor ao humano, à vida, que somos um só, e devemos nos cuidar como uma grande família, de modo que saibamos lidar com nossas diferenças, assim como pássaros grandes, pequenos, brancos, amarelos, os quais sabem que as diferenças entre eles só embelezam o céu. 

Se tivéssemos apenas um tipo de rosa? Se tivéssemos apenas um tipo de animal? Mesmo o ser humano... Se fôssemos todos loiros, alhos azuis, grandes e fortes, com pensamentos iguais, com sonhos iguais, eu tenho a certeza que seríamos tão feios quanto um jardim sem flores, quanto uma selva somente de leões, se devorando por mesquinharias.



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