Repensar nosso papel no mundo. Não é uma brincadeira. |
Hoje estamos passando por dificuldades de todos os níveis,
assim como todo ano, claro, no entanto com níveis mais acentuados de
características que se revelam mais fortes, mais improváveis de se encarar. Não
é culpa de um ou de outro – isso não se refere apenas a presidentes, ou a governadores,
a senadores, a deputados, ou mesmo ao cidadão displicente em sua maneira de lidar com a política, ou com
sua causa interminável, que se revela em reclamações infindáveis, -- mas de
todos, de um conjunto...
É claro que, se pensarmos de outro modo, fica mais fácil,
mesmo porque não queremos responsabilidades, trabalho, agir em função de algo
maior que o próprio problema, mas simplesmente reclamar... Se olharmos bem para
nós, iremos ver uma pessoa que se situa em uma determinada comunidade, em um
determinado conjunto de pessoas, que pensam iguais ou mesmo diferentes, o que
não as tornam especiais, mesmo assim acreditamos ser...
Este indivíduo, em um determinado estado, país, continente,
planeta, sistema, universo..., está dentro de um megacontexto no qual ele mesmo
está inserido com suas funções, com seu trabalho, com seu labor natural, dado
pelos deuses, os quais não foram injustos quando escolheram uma África, uma Índia
ou mesmo um Brasil a se morar. Pelo contrário... Fomos beneficiados tanto
quanto aquele que nascera em uma Europa forjada em cultura clássica, ou um
Estados Unidos, tão bélico quanto uma Roma...
Devemos agradecer todos os dias o que somos, e entender que
tais intempéries foram e serão sempre necessárias a estes que nasceram em
terrenos minados (como no Brasil). Aqui, a cada dia que passa vimos a corrupção
se aflorar e ao passo ser desvendada, como um espetáculo de horror em três dê.
Mas assim, a nos mostrar a fragilidade de um sistema que concebe ao eleito
responsabilidades tão humanas quanto de um avathar, e nós sabemos que nem mesmo
humanos são... Nem mesmo formados, ou sequer passaram por salas de aula!
Entregamos nossas vidas a homens de intenção. Intenção de
fazer pontes, estradas, hospitais, de fazer jardins nas portas dos condomínios,
de prometer o que não se pode – e essa é talvez a forma mais misteriosa de um
sistema que nem mesmo cumpre o básico sem gritar “fui eu, hein!” --, todavia,
elegemos, sorrimos, choramos, amaldiçoamos, criamos critérios de ódio, voltamos
a acreditar pelo pouco, morremos pelo nada... Ressuscitamos!
E estamos aqui, com todas as nossas dores, observando a
decadência humana em forma de política, que arrasta consigo exemplos hediondos
e atrás desses a miséria humana, metafórica e literal, tanto em congressos
quanto em favelas. O que se pode fazer?
Observemos o Espaço, esse ser maravilhoso que produz,
trabalha, nos fortalece, e dele nosso sol de cada dia que nasce para o florescer
de nossos deveres e da própria vida que nos conduz. Observemos o mundo, que é
nosso, no qual moramos, vivemos e nele vamos morrer. Vamos nele produzir um
trabalho digno de homens e mulheres que cuidam de suas casas, de seus quintais,
de sua horta – querendo ou não, temos que cuidar dele.
Ficar atrelado a princípios sem causa, dos quais não se pode
nem mesmo dar o primeiro passo, não é princípio, e sim um fim. Morrer
reclamando de partidos, governos, vizinhos, ou mesmo da colher que cai da mão é
materialismo da pior espécie! Sejamos espirituais, vamos nos elevar por meio do
que realmente somos, humanos. Entender que nosso papel está além-corpo, com
finalidades além-casa, além-quintal, além-políticas e religiões... Nosso
trabalho começa quando nascemos e não termina quando morremos, mesmo porque
tudo que fazemos nesse mundo, de bom, de belo, justo e verdadeiro, vai se
estender a outras gerações, como uma cauda interminável de um cometa que não se
vai nunca.
Sejamos esse cometa. Sejamos deslumbrantes quando alguém nos
ver, com nossa simpatia, nossa força, nossa fé. Sejamos idealistas, no sentido
romano de ser, brigando por tudo que temos direito, mas sem loucuras, pois
sabemos que a própria Justiça está longe do que queremos e pedimos a Deus.
Se um dia tomarmos atitudes, que sejam referenciadas em
homens de Bem, sejam aqueles que conosco vivem, sejam os grandes heróis de um
passado que não morre nunca. Digo isso porque sei que ando às espreitas com
ele, com o clássico, com seus deuses, e não me arrependo, e isso me ajuda a
pisar mais no chão.
Digo porque sei que a vida independe de nós, mas nossos
objetivos para com nossos ideais não. Estes dependem de nossa maneira de lidar
com o mundo, com as pessoas, e se o mundo está assim, cheio de dores, com feridas
imensas, fomos os responsáveis.
Vamos repensar nosso papel no mundo e na vida
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