terça-feira, 7 de abril de 2015

Nosso Papel

Repensar nosso papel no mundo. Não é uma brincadeira.





Hoje estamos passando por dificuldades de todos os níveis, assim como todo ano, claro, no entanto com níveis mais acentuados de características que se revelam mais fortes, mais improváveis de se encarar. Não é culpa de um ou de outro – isso não se refere  apenas a presidentes, ou a governadores, a senadores, a deputados, ou mesmo ao cidadão displicente  em sua maneira de lidar com a política, ou com sua causa interminável, que se revela em reclamações infindáveis, -- mas de todos, de um conjunto...

É claro que, se pensarmos de outro modo, fica mais fácil, mesmo porque não queremos responsabilidades, trabalho, agir em função de algo maior que o próprio problema, mas simplesmente reclamar... Se olharmos bem para nós, iremos ver uma pessoa que se situa em uma determinada comunidade, em um determinado conjunto de pessoas, que pensam iguais ou mesmo diferentes, o que não as tornam especiais, mesmo assim acreditamos ser...

Este indivíduo, em um determinado estado, país, continente, planeta, sistema, universo..., está dentro de um megacontexto no qual ele mesmo está inserido com suas funções, com seu trabalho, com seu labor natural, dado pelos deuses, os quais não foram injustos quando escolheram uma África, uma Índia ou mesmo um Brasil a se morar. Pelo contrário... Fomos beneficiados tanto quanto aquele que nascera em uma Europa forjada em cultura clássica, ou um Estados Unidos, tão bélico quanto uma Roma...

Devemos agradecer todos os dias o que somos, e entender que tais intempéries foram e serão sempre necessárias a estes que nasceram em terrenos minados (como no Brasil). Aqui, a cada dia que passa vimos a corrupção se aflorar e ao passo ser desvendada, como um espetáculo de horror em três dê. Mas assim, a nos mostrar a fragilidade de um sistema que concebe ao eleito responsabilidades tão humanas quanto de um avathar, e nós sabemos que nem mesmo humanos são... Nem mesmo formados, ou sequer passaram por salas de aula!

Entregamos nossas vidas a homens de intenção. Intenção de fazer pontes, estradas, hospitais, de fazer jardins nas portas dos condomínios, de prometer o que não se pode – e essa é talvez a forma mais misteriosa de um sistema que nem mesmo cumpre o básico sem gritar “fui eu, hein!” --, todavia, elegemos, sorrimos, choramos, amaldiçoamos, criamos critérios de ódio, voltamos a acreditar pelo pouco, morremos pelo nada... Ressuscitamos!

E estamos aqui, com todas as nossas dores, observando a decadência humana em forma de política, que arrasta consigo exemplos hediondos e atrás desses a miséria humana, metafórica e literal, tanto em congressos quanto em favelas. O que se pode fazer?

Observemos o Espaço, esse ser maravilhoso que produz, trabalha, nos fortalece, e dele nosso sol de cada dia que nasce para o florescer de nossos deveres e da própria vida que nos conduz. Observemos o mundo, que é nosso, no qual moramos, vivemos e nele vamos morrer. Vamos nele produzir um trabalho digno de homens e mulheres que cuidam de suas casas, de seus quintais, de sua horta – querendo ou não, temos que cuidar dele.

Ficar atrelado a princípios sem causa, dos quais não se pode nem mesmo dar o primeiro passo, não é princípio, e sim um fim. Morrer reclamando de partidos, governos, vizinhos, ou mesmo da colher que cai da mão é materialismo da pior espécie! Sejamos espirituais, vamos nos elevar por meio do que realmente somos, humanos. Entender que nosso papel está além-corpo, com finalidades além-casa, além-quintal, além-políticas e religiões... Nosso trabalho começa quando nascemos e não termina quando morremos, mesmo porque tudo que fazemos nesse mundo, de bom, de belo, justo e verdadeiro, vai se estender a outras gerações, como uma cauda interminável de um cometa que não se vai nunca.

Sejamos esse cometa. Sejamos deslumbrantes quando alguém nos ver, com nossa simpatia, nossa força, nossa fé. Sejamos idealistas, no sentido romano de ser, brigando por tudo que temos direito, mas sem loucuras, pois sabemos que a própria Justiça está longe do que queremos e pedimos a Deus.
Se um dia tomarmos atitudes, que sejam referenciadas em homens de Bem, sejam aqueles que conosco vivem, sejam os grandes heróis de um passado que não morre nunca. Digo isso porque sei que ando às espreitas com ele, com o clássico, com seus deuses, e não me arrependo, e isso me ajuda a pisar mais no chão.

Digo porque sei que a vida independe de nós, mas nossos objetivos para com nossos ideais não. Estes dependem de nossa maneira de lidar com o mundo, com as pessoas, e se o mundo está assim, cheio de dores, com feridas imensas, fomos os responsáveis.
Vamos repensar nosso papel no mundo e na vida

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