O Poder do Símbolo (v)
Sinto-me triste ao ver as grandes esculturas do
passado sendo tratadas com desdém. Talvez a palavra não seja essa, mas o que me
passa pela cabeça é que, a cada dia, damos passos para trás, em direção ao
nada. Um movimento que só se repetiu na Idade das Trevas, na Europa Ocidental,
quando padres da Igreja católica proibiam, com suas persuasões terroristas,
qualquer questionamento em relação à cultura anticristã – leia-se, aqui, tudo
que não havia o nome de Cristo.
No entanto, muitas culturas se sobressaíram,
nessa Europa medieval, e conseguiram enganar o postulado. Hoje, em forma de
Igrejas fantásticas, de basílicas, de esculturas de heróis, de deuses,
sobrevive a Europa de agora.
Todavia, ainda se é proibido – dentro de outra
semântica – falar das mensagens que essas esculturas nos trazem do passado. Não
há nada de vazio. Nelas se guardam sacralidades, significados profundos; nelas,
nos perdemos só de pensar o porquê ainda brilham acima das esculturas modernas
de nosso século.
A verdade é que elas escondem uma
espiritualidade, um caminho para a compreensão humana, e mais, um caminho
àquele que um dia se iniciou e teve que seguir o seu próprio.
Não é apenas uma escultura nua, a demonstrar
homens ou mulheres antigos, com físicos avantajados, como de combatentes
eternos de guerras clássicas, não. É uma realidade que podemos introduzir em
nossos sonhos, plasmar, realizar, como um mito que observamos de longe e agora,
concreto, fazendo parte de nossas vidas.
Então... não nos perguntamos do porquê dessas
fantásticas obras a céu aberto, que, como músicas de pedra, nos intimidam e ao
mesmo passo nos reacendem a alma, propiciando questionamentos até mesmo
infantis, porém, que tocam o cimo de nossos sentimentos, alcançando seu apogeu,
lá no mais íntimo do grande curioso, que somos nós.
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