terça-feira, 13 de outubro de 2015

(Meses depois...) A Semântica do Simbolismo.


Tudo porque passamos tem um significado, nada é em vão; por mais abstrato que seja, sem cores ou com cores a mil; por mais que o concreto e sua matéria estejam maciços em nossos ombros tais quais vermes que nos correm em túmulos, tudo, tudo é significativo...
A vida é em si um significado, ou melhor, um símbolo; todavia, somente o sábio o vê assim, e o que nos fica nada mais é que seus elementos que nos traduzem, entrelinhas, uma realidade que nos custa aprender. Assim viam os grandes do passado...
Quando me refiro à realidade, estou falando daquela que Platão falava há mais de quientos anos antes de Cristo. Daquela que dizia que somos sombras de uma realidade maior que se esconde em um mundo ideal, o mundo das Ideias. Um mundo espiritual talvez. Não sei. Mas que nos detém a importância de nos fazer repensar o que é o que nos apresenta a vida.
Nela, nesse enigma divino, somos obrigados a entrar em vias nas quais jamais nos adentramos, como partículas, elétrons, deuses, mitos, lendas, nos quais o raciocínio é tão limitado quanto uma criança que pega uma tabuada e quer já aprender tudo...
Há no entanto crianças benditas, com as quais aprendemos desde cedo que a tradição é o caminho, que tal conhecimento desse mundo invisível, porém real, é uma grande necessidade à parte em meio a outras necessidades humanas. Tais crianças seriam os sábios. E nós, nem nascemos.
 
Os símbolos há em tudo. Nas rosas, no mato, nos vermes, nos fossos, nas ruas, na chuva, no sol, nos gestos de amor, carinho, paz, guerra, morte, louvor, enfim, o símbolo, em si, retrata uma realidade que, como disse, o racional pede para compreender e não consegue, mas é explicado por uma rosa dada à amante, ou mesmo jogada ao túmulo; pelo lenço de uma dama, dentro da camisa de um guerreiro, quando se vai a uma batalha... E muito mais.
Assim, nos seguem os questionamentos acerca da necessidade do símbolo em nossas vidas. Nos quesitos religião, política, família, sociedade, grupos, enfim, nação, precisamos demonstrar de alguma forma a relevância pura nas cores do um país, a fortaleza de um grupo, o caráter de uma sociedade. Tudo.
A essência do passado nas religiões, quando nos deparamos nas devoções de fiéis, os quais se igualam aos peregrinos gregos em homenagem às deusas, aos deuses, nada mais é que um dos ritos mais simbólicos e mais profundo de nossa história.
A tentativa de entender o misticismo por trás da pedra talhada, a qual bordada com parcimônia vira um santo ou uma Pietá; da cruz, que entrelaça os dois sentidos universais e humanos – o horizontal e vertical, a simbolizar a fragilidade humana e sua busca pelo alto.
E quando olhamos o sol? Não sei, mas os grandes egípcios, com sua formação bela e sagrada a respeito dos deuses, diziam que por trás do grande deus esférico, havia um outro, o qual era simbolizado por este, que se incumbe de nos queimar por fora. Enquanto o outro, por dentro.
Isso nos remete ao mundo das Ideias, de novo.

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