Não sei quais são minhas realizações daqui para frente, mas
ultimamente venho refletindo muito acerca do que podemos como seres humanos.
Muitas coisas, com certeza... Mas antes de perceber que o podemos, tenho
percebido muito o papel das coisas ao meu redor. Todas elas, percebo, são como
alianças naturais de objetos que se inter-relacionam, em função de algo que
ainda não tenho em vista.
Digo objeto, mas na realidade são suas essências que se
mostram mais que suas feições, que suas aparências. Assim como a música que,
com sua essência, tem um papel, tem seu real valor e caráter. Mais: a música,
quando trazida à atmosfera, aos nossos ouvidos, ou alma, semelhante a um
presente divino, nos eleva, no recompõe, nos centraliza, e por que não dizer...
nos edifica.
Assim como a música, venho a perceber, assim como todo
buscador, ou como um simples homem em suas experiências filos-científicas, as
façanhas do sol, de sua solitária beleza, entre outras com as quais se vive, e
se morre, mas que, como disse, tenho observado o astro rei em todas as suas
façanhas naturais, as quais, me parece, independer de qualquer ser vivo, qualquer
molécula, qualquer humano o seu papel de iluminador-mor, com fins “apenas” de
ser sol, nada mais.
Sei que tal experiência me faz ser um pouco mais ignorante em
relação a qualquer um – o que me faz feliz! – entretanto, dentro de tal
experiência, eu, como ser humano, assim como na música, tenho me autossintonizado, no sentido mais belo
da palavra. Com suas vestes amarelas, com seus raios singelos, ele nos
engana... Pois, percebi, uma das suas mais puras e críveis façanhas: a de ser
mais belo ainda... E ele não havia me falado!
Antes de acordar, antes mesmo desse pensamento quase humano,
ou na tentativa de encontrar uma metáfora louvável para uma comparação justa,
digo que esse grande deus emite seus raios na atmosfera ainda sombria pela
penumbra da madrugada, e graças à mágica sagrada seus raios se alaranjam, como se fossem um presente a
nós, seres pequenos e ao mesmo tempo distantes da verdade.
Um presente, sim. O homem, por seus relativos propósitos, por
seus ideais frágeis e opiniões de areia, ao se deparar com cenas semelhantes –
se há, claro – ao sentir a própria imagem daquela chegada, se empobrece ainda
mais... Mas um empobrecimento rico de conhecimento, de ignorância tal, que, ao
perceber, chora, e quando chora se enriquece.
Não é preciso máquinas de fotografia, celulares, enfim,
apenas um olhar direto no vazio, o qual se enche de beleza e paz, harmonia e
fé, cantos internos de aleluia, ou corais em réquiens mozartinianos, ou mesmo a própria canção Jesus, Alegria dos Homens,
de Bach, realizando-se em plena alma. Outros diriam, e com toda humildade, Ode à Alegria, de Beethoven...
Foi o que senti. E a culpa é dessa grande aliança entre a
música e o sol e o próprio homem, que enriquece a vida, não apenas a minha, mas
a de todos e por que não dizer da própria Vida, que fornece elementos pequenos,
os quais a nós se parecem grandes, graças a nossa pequenez maior, entre outras
menores ainda que engrandecem mais ainda o universo.
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