Um trem que não
se sabe para onde vai, um navio lotado de passageiros, cujo comandante, eleito
diretamente por aqueles, não sabe para onde vai a nave, não sabe nem mesmo se
queria ser comandante. Enquanto isso, no trem, pessoas passam fome, gritam e se
enlouquecem em um vagão; no outro, há aqueles que se aproveitam da situação, dizendo-se
capazes de manejar o trem... No navio, a
mesma situação, só que pior. Água por todo canto, e a comida, estocada em seus
respectivos armários, vira morfo.
Um grande país, no qual há
elementos suficientes para dizer que estamos afundando ou, no caso do trem,
presos em vagões, com pretensos candidatos à maquinista, ou no caso do navio...
Comandantes. Isso, melhor dizendo, em razão da situação eterna pela qual
passamos, ou como todo cidadão, iludido por esse sistema, passa.
Descobri que, quando estamos em
casa, a construir nossas paredes, e as fazemos mal, procuramos um construtor, um
mestre de obras... E quando tentamos lavar um carro, e não conseguimos, o
levamos a um lava jato; na própria casa, quando precisamos lava-la ao máximo, deixá-la
brilhando, na maioria das vezes, contratamos uma diarista...
Porém, em um sistema no qual
precisamos de um comandante, de um maquinista, ou mesmo de um presidente... o
elegemos. Enquanto isso, assim como um navio...
Assim como todo trem que elegeu um suposto maquinista, o que nos ocorre são possibilidades
quase que naturais, em virtude das probabilidades expostas: afundamento...
Após eleições, surgem os direitos
do cidadãos, e até mesmo do comandante de se defender... constituições utópicas
são feitas, tribunais e seus emblemas de defensores da grande carta surgem como
heróis do povo... Enquanto isso, um legislativo composto de homens e mulheres
que nasceram com vocações diversas, inclusive de palhaços, apresentadores,
padres, etc, treinam suas vozes em nome daquilo que vieram defender...
O Executivo, a cabine do capitão,
apoiada por diversos do povo, vista como uma suposta torre de marfim,
incrivelmente, tenta se harmonizar com o outros poderes... mas que, na realidade, tenta mais que isso... impor-se,
e transformar-se em eterno poder. Sabemos, porém, que não se pode ser uma
rainha sem linhagem.
O grande navio se vai, com água
adentrando, pessoas se indo pelas balsas restantes, outras se afogando, algumas
ajudando, mais outras cobrando pela ajuda, e outros, pagando... Enfim, um
cenário que não nos é desconhecido quando nos lembramos dos filmes de
catástrofes marinhas...
E hoje, quando observo partidários
do capitão ou daqueles que não o querem no comando, temo pelo que pode vir por
aí. Simplesmente porque a solução, dentro desse sistema, é ainda mais rara,
quando se trata de ser humano... Enquanto não houver um real capitão,
vocacionado para seu navio, ou mesmo um maquinista que se preocupe com seus
passageiros... jamais viveremos como pessoas, e sim como bonecos.
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