terça-feira, 26 de abril de 2016

Fortaleza Natural





O que não me mata me torna mais forte...

Assim dizia um dos grandes pensadores do século XX, Frederick Nietsche; sabia demais o que dizia, porém, desgastou-se o bastante para escrever horrores em uma época já desgastada pelos sistemas, pelas civilizações, por  seu conhecimento estanque em relação ao passado.  E hoje, quando leio essa máxima, e me inclino em sua grandeza, em sua maestria, levo a um universo maior que o do próprio homem...  Após, me inclino a mim mesmo, ao meu verso e ao meu uno.

Essa desgastada sociedade na qual se veem aberrações ditas como políticas, na qual se vê, ainda, o nascimento de uma miséria sem fim, quando não, de fetos que deixaram de nascer (ou a nascer com diferenças berradoras), além do usual desrespeito aos jovens e velhos... Vemos a natureza dos seres humanos serem transfiguradas e transformadas em animais. E animais em humanas.

A priori, nem poderíamos nascer; em regra, teríamos todos que nos suicidar; na realidade, a raça humana, pelo mal que criou, pelos sistemas que nascem em forma de cordeiros e rezam para que chegue a noite e se transformem em lobos; pelas mortes cruéis que nascem antes da própria vida válida, e pela vida que persiste antes mesmo da própria intenção humana... A terra, esse planeta, haveria de ter somente os animais, os vegetais, os minerais...

Contudo, em nome  dos grandes de uma tradição que não dorme, em nome de um passado que duela com o mal, em nome dos mestres que nos deixaram seus frutos, e desses frutos cujas sementes são jogadas em  nossas almas a todo instante, tenho a nítida certeza de que somos persistentes em preservar não somente o mundo, mas o que há de melhor nele... Nós, seres humanos.

Sei que somos responsáveis pelos desmatamentos, pela poluição, pela matança desordenada de animais, pela dor interminável das crianças que nascem na África, no Nordeste do Brasil, na Síria, nas favelas, mas também somos criadores de esperanças, de chances à paz, e mais, renovadores, renascentistas, iluminadores. Somos observadores, metafísicos, racionalistas e espirituais...

Modificamos a rota do destino, e nele fincamos nossa bandeira de descobridores, e descobrimos, conhecemos, e nos integramos com o todo. E o todo se integra conosco em uma tentativa de comunicação natural dos deuses. E quando ouvimos tais criaturas, somos idealistas...

Não idealistas com projetos de fome, de construção, mas criadores de orações, em transformar, realizar e nos elevar no cimo de um universo que nos pede para encontrá-lo.. Esse é o idealista. Que raramente se fala, mas age na surdina da natureza, e que nos trabalha internamente como moldadores-mores de uma pirâmide metafísica, feita por tijolos dourados, com areia do melhor deserto...


Precisamo deles.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....