O que não me mata me torna mais forte...
Assim dizia um dos grandes pensadores do século XX, Frederick
Nietsche; sabia demais o que dizia, porém, desgastou-se o bastante para
escrever horrores em uma época já desgastada pelos sistemas, pelas
civilizações, por seu conhecimento
estanque em relação ao passado. E hoje,
quando leio essa máxima, e me inclino em sua grandeza, em sua maestria, levo a
um universo maior que o do próprio homem...
Após, me inclino a mim mesmo, ao meu verso e ao meu uno.
Essa desgastada sociedade na qual se veem aberrações ditas como
políticas, na qual se vê, ainda, o nascimento de uma miséria sem fim, quando
não, de fetos que deixaram de nascer (ou a nascer com diferenças berradoras), além
do usual desrespeito aos jovens e velhos... Vemos a natureza dos seres humanos
serem transfiguradas e transformadas em animais. E animais em humanas.
A priori, nem poderíamos nascer; em regra, teríamos todos que
nos suicidar; na realidade, a raça humana, pelo mal que criou, pelos
sistemas que nascem em forma de cordeiros e rezam para que chegue a noite e se
transformem em lobos; pelas mortes cruéis que nascem antes da própria vida
válida, e pela vida que persiste antes mesmo da própria intenção humana... A
terra, esse planeta, haveria de ter somente os animais, os vegetais, os
minerais...
Contudo, em nome dos
grandes de uma tradição que não dorme, em nome de um passado que duela com o
mal, em nome dos mestres que nos deixaram seus frutos, e desses frutos cujas
sementes são jogadas em nossas almas a
todo instante, tenho a nítida certeza de que somos persistentes em preservar
não somente o mundo, mas o que há de melhor nele... Nós, seres humanos.
Sei que somos responsáveis pelos desmatamentos, pela
poluição, pela matança desordenada de animais, pela dor interminável das
crianças que nascem na África, no Nordeste do Brasil, na Síria, nas favelas, mas também
somos criadores de esperanças, de chances à paz, e mais, renovadores,
renascentistas, iluminadores. Somos observadores, metafísicos, racionalistas e
espirituais...
Modificamos a rota do destino, e nele fincamos nossa bandeira
de descobridores, e descobrimos, conhecemos, e nos integramos com o todo. E o
todo se integra conosco em uma tentativa de comunicação natural dos deuses. E
quando ouvimos tais criaturas, somos idealistas...
Não idealistas com projetos de fome, de construção, mas criadores de orações, em transformar, realizar e nos elevar no cimo de um universo que
nos pede para encontrá-lo.. Esse é o idealista. Que raramente se fala, mas age
na surdina da natureza, e que nos trabalha internamente como moldadores-mores de
uma pirâmide metafísica, feita por tijolos dourados, com areia do melhor
deserto...
Precisamo deles.
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