...Esqueçamos o universo por enquanto, ou pelo menos um pouco, pois, a querer ou não, ainda somos o pingo. Falemos mais sobre a juventude, que, como uma avalanche, desce loucamente as montanhas, as geleiras, e invade as geladeiras sem permissão (isso foi fora do assunto, claro).
Mas o que nos apraz
agora e sempre é a educação, tão falada e ao mesmo tempo sem conceito, graças
ao que fizemos com ela. O que era a porta maior para a vocação, hoje, tornou-se
a porta para o “sucesso”, seja ele qual for.
Prova disso são as instituições
que lotam suas salas de mocinhos e bandidos e os fazem, no mesmo teto, repensar
seu futuro. Qual? Se houver uma personalidade voltada ao bandidismo, não será
uma sala ou mesmo um professor super informado que irá mudar seu ideal –
roubar, assassinar, ou mesmo ser um mafioso – mas o que me mata não é isso, e
sim, quando ele deixa tudo de mão, sendo bom ou mau, para ser um político.
Para Platão, filósofo
grego, a palavra político se emprega
na essência de cada um. Mas não da forma que vemos. Em sua Republica
Idealística, aquele que se incomoda com as algemas, olha para trás, e não deixa
de seguir o seu caminho, é o filósofo; mas quando sai da Caverna*, percebe a
verdade, o bem e a Justiça, e (o mais importante) volta para auxiliar os seus,
aqui, nesse momento, é o Político.
Entre as algemas e a
saída, há diversos pontos simbólicos como sabem, porém, ao tratar aquele que
“volta” para salvar seus entes queridos e dizer-lhes a verdade acerca do que
viu, chama-se de Político, é darmos um “cavalo de pau” e um navio de carga... Por
isso nossa dificuldade em entender tudo.
Mas Platão, ao observar
o político como temos em mente, nos mostra a sua essência, a sua beleza, após
passar pelas intempéries “cavernais” e demonstrar que político tem tudo a
ver com vocação natural do ser humano em auxiliar o próximo quando se está em
perigo, ou mesmo quando se encontra perdido, seja física ou emocionalmente.
O Jovem atual se
encontra assim, perdido, sem atravessar as pontes necessárias para a sua
essência. E quando encontra, é possível que sua natureza seja levada a um
abismo pior do que a própria caverna, que, a depender do tamanho, ilude como
papeis de parede iguais à realidade, ou semelhante a seus sonhos. É covardia.
Em meio aos percalços,
encontra-se uma gama de informações distorcidas acerca da própria Educação.
Nela, a informação genérica, a propaganda massiva de referenciais pobres e
falsos, os quais norteiam gerações, que se deleitam com troféus novos, com
falas enrustidas de nobreza falsas, ternos e gravatas engomados, para, em
tribunais, abrilhantar o caráter que não possui.
Por essa e por outras,
a Vocação deve ser objeto de reflexão.
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