quarta-feira, 29 de maio de 2019

O Fogo que se Foi

Muitos falam em essência, em espírito, em invisíveis criaturas que nos rondam desde à infância, porém nunca se deram o trabalho de respeitá-las. Isso vale para todas as religiões e religiosos que  seguem máximas, leis e artigos de suas bíblias; serve, também, ao filósofo (ao que se diz buscador), no entanto, vive se suas regras cavernosas em não opinar seriamente quando a sociedade mais dele precisa.

É uma avalanche de vaidades, incluindo cientistas que se enclausuram em seus laboratórios, fechados, em busca de soluções a partir de referenciais arenosos. Até quando? Não sabemos. Eu, na realidade, a observar tais comportamentos, se é que se pode julgar assim, reflito sempre acerca da Tradição. Aquela que nos remete não apenas ao passado, mas ao conhecimento, no qual e do qual participamos um dia, sob velhas vestes.

O que fazíamos não importa, mas o que pretendíamos sim. Queríamos um mundo melhor, com formalidades preciosas, como olhar mais o que estaria dentro de nós, melhorar nossa capacidade humana em viver com o próximo, com a vida, e entendê-la nas suas minucias, como se fôssemos formigas na tentativa de entender o caminho pelo qual passamos.

Não somos formigas, mas humanos com uma alma na busca de uma compreensão mais profunda acerca do somos e para onde vamos, e porquê. E a História nos indica que, com esse viés contemplativo vital e filosófico, a humanidade sempre se fez melhor, a exemplo da Grécia Clássica, que, mesmo com todas as suas guerras, sistema, brilhou e ainda brilha, não sendo a mesma de antes --- que pena não ser ela. Nunca se falou tanto em Platão, Aristóteles, em Sócrates !

A própria Roma dos tempos de seus generais foi homicida, genocida, ao passo que, em sua essência, sempre buscou ideologias grandiosas, nas quais nos baseamos até hoje, quando falamos de guerras, inteligência, técnica, e sobretudo de respeito às religiões -- desculpe àqueles que pensam ao contrário --, pois eram homens que, nascidos de diferentes culturas, fizeram reverberar ao som do sol na água o que muitas nações civilizadas buscam: a eternidade! E a religião era tudo, não apenas o que eu acho.

Hoje, na Europa, nações que se deram respeito de preservar sua cultura ou pelo menos deixar que que alguns resquícios aos seus filhos fossem direcionados, como fruto de uma educação baseada em preceitos morais e éticos a eles fosse apesar do sistema, e inserida em seus cardápios sociais, mesmo assim, sobrevivem com suas estátuas, monumentos, respeito aos deuses, enfim, preservam um pouco do que realmente foram.


Amanhã tem mais.





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