Passamos pelo Natal, pelas pessoas, pela Natureza e pelo Amor. A meu ver, estamos estáticos em um período arcaico, tal qual a Era do Gelo, na qual somente montanhas geladas faziam a festa panorâmica aos olhos de quem aguentava o frio do tempo. É festa somente para os olhos, não para o coração. Falo do Natal humano, que se enraizou em motivos sagrados e dissipou como formigas cabeçudas para o fosso da tristeza temporal (espero!), ainda!
Não falo apenas pela tristeza que me segura hoje, mas porque não tem como sentir a emoção natalina, a qual significava emoção elevada, espiritualidade, e verdadeiramente amor. Deste último, como em grau suficiente para nos trazer a consciência do que somos, nos parece que escorregou as escadas da Vida, e semelhante a tudo que se vai, rolou ladeira abaixo. No quesito, emoção, somente aquela coisa passageira ao abrir um presente, bonitinho ou não, de coração ou não, mas que, no fundo, nasceu para simbolizar o presente que deveríamos receber internamente... A paz em nossos corações!
Não é frescura, não.
Se observarmos bem, há somente ideias em que o presente é algo realmente a "magia" desta data, presa a vários simbolismos, não somente o dar, mas principalmente receber, levar, refletir, buscar, idealizar, ser... Se pensarmos um pouquinho mais, paramos no tempo de agora, substituímos nossas eloquências teóricas pelo prazer de mudar um pouquinho o eixo de nossos pensamentos em torno de tudo que nos passa.
E o Natal, essa data, essa maravilhosa data, sobre a qual há milhares de anos se falava, hoje, está pendente a se perder em imaginações de um bom dia... (ou boa noite, vou dormir), e morrermos de fome, dando mais atenção a uma árvore que perdeu o sentido, do que a nós mesmos. Por incrível que pareça, o absurdo ainda não chegou...
Não precisa muito para entender o Natal racionalmente. Foi uma data em que comemorava-se o dia do grande Sol, por meio de deuses, como Mitra, na Grécia, Osíris, no Egito, como se a terra parasse. Naquela época, há mais de cinco mil anos, quando a sacralidade em torno do tudo era real (não hipócrita como hoje), dávamos um olhar especial ao que nos movimenta, ao que está em torno de nós, e mais, ao que está lá dentro desse ser chamado humano. Prevalecia a semântica perfeita entre ser humano e Deus, como se fossem um só.
Tudo se esvai com o tempo -- as palavras estão aí para nos contar--, a inteligência, o emocional e a real espiritualidade humana se vão, claro, mesmo porque, segundo os mestres, há uma necessidade natural de nos afastarmos do sagrado, do que realmente nos importa para viver uma grande política, religião, seja em qualquer lugar, seja em qualquer mundo... Dentro e fora de nós. Mas tudo volta.
Eu só espero que um dia eu possa ver o Natal de novo!
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