É preciso mais que um bando de racionalistas, cientistas, e um bando de pensamentos ateus para destruir a semântica perfeita dos heróis. Eles, tais seres que nasceram do amor de um pai ou somente de uma mãe, renegam a força humana em religar-se com Deus, essa energia natural que nos transforma em belos homens e mulheres, com fins de salvaguardar o que somos: sagrados.
Podem negar as bruxas, diz aquele ditado latino americano, mas que existem, existem! Assim digo aos filhos que nasceram do amor e da dedicação, mas que, graças à dedicação dos mestres da separatividade, os quais dão a alma para desfazer o que somos, o que os deuses moldaram durante séculos: os Heróis existem!
E os filhos do racionalismo doentil estão conseguindo...
Por outro lado, como formigas por debaixo dos lençóis, na frialdade do esquecimento, professores, educadores, filósofos, pais e mães, se dedicam em nome do que chamamos autoritas, no grego, com a suntuosidade de uma criança que aparenta ser enganada pela modernidade fria dos homens renegados ao sagrado, a tentar traduzir, com o pouco que têm, a religiosidade -- no melhor sentido da palavra.
São os heróis ocultos, que brincam com o mal, com a finalidade de enganá-lo sem se corromperem; são pessoas, como qualquer outra, involuntariamente, se elevam e conseguem motivar gerações, com o respeito à tradição esquecida pelos mestres.
Eu posso dizer que fiz parte de uma instituição cuja filosofia era mudar o ser humano, transformá-lo, e direcioná-lo ao que mais importa no presente: olhar para si mesmo e modificar um pouco seu mundo, para mudar o atual. Ideal difícil esse, claro, entretanto, devemos considerar que não começou agora e nem mesmo terminará tão cedo, pois o que temos para mudar é tão maior do que uma cidade em escombros -- na realidade, estamos em escombros.
Porém, como resgatar o que somos, como mudar para melhor uma sociedade, fazê-la crer que é preciso organizar-se no sentido mais universal do idioma, trabalhá-la e iniciar pelo mais difícil: nós? Tão difícil como levar tal filosofia a ela, a sociedade, é fazê-la acreditar que não precisamos de tesouros físicos, e que nosso maior alimento, aquele que um dia não entenderam, é a educação profunda na qual encontra-se a verdade, a beleza, o amor... enfim, fontes inesgotáveis de valores aos quais não mais sabemos obedecer -- mais uma vez -- graças aos pais e filhos dos homens que renegam os heróis.
Esses heróis, sob o manto dos escondidos, as vezes, se revelam, se dedicam, se propõem a mudar a estrutura do caos aberto pela indignação da mudança física que não veio. No entanto, querem mudar, ou pelo menos, demonstrar que a mudança não é física, mas humana, interna, sobre a qual falavam os heróis que criaram Heros, Diana, Antena, Thor, Odin, de modo a trazer à tona elementos aos quais pudéssemos nos referenciar, em nossa compreensão individual (não coletiva), iniciar a busca real em nome do verdadeiro herói, que nasce e morre, todos os dias, dentro de cada um.
Não vamos dar ouvidos aos cientistas nesse assunto, mesmo porque, sem saberem, também o são e não sabem que são heróis.
Feliz 2020!
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