sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Guerreiro

Um guerreiro não se faz nos montes ou subindo montanhas; um guerreiro não é aquele que salva o mundo com interesses escusos, ou mesmo enfadonhos. Um guerreiro não grita: “sou guerreiro, sou o melhor de todos”, ou mesmo se torna uma entidade representativa do povo, ou mesmo humanidade. A humanidade o desprezaria...

Na inquietude de seu espaço, com atitudes simplórias, dorme o guerreiro a modificar sua estrutura interna, ainda que a empurrar o próximo para a luta diária. Sorri o guerreiro numa maca de hospital, ainda que seu leito seja pontiagudo e vil. Menospreza o lodo por onde passa, eleva tua alma ao humor, à vida, a Deus, e ama sua permanência entre todos que o amam, fazendo disso seu combustível, sua alavanca, seu ideal...

O guerreiro busca em si as guerras e as vence; o guerreiro não teme a morte, porque sabe que as etapas não estacionam nesse mundo estático de buscas ao mistério do pós- morten. Ele chora tal qual criança na beira de um abismo por não ter feito tudo que lhe deram os deuses, mas nos rios de tuas veias corre o sangue que nos parece frio, mas sabe o guerreiro que é tão quente quanto larvas vulcânicas, por isso se contenta com as lágrimas passageiras.

E se vai o guerreiro a duelar com a morte. Sorrindo para ele, ela, tremendo suas pernas, lhe diz “é hora de ir, meu amigo, seu tempo acabou”. Em gargalhadas, ele sucumbe aquele ser misterioso “Aonde houver batalhas irei, pois sei que vencerei todas”. A velha morte, sentada no leito do herói, lhe diz “ainda há muito que lutar nesse seu mundo, guerreiro; e que sua vida não é tua, mas do lugar de onde ela veio; e que um dia ela terá que voltar”.

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