Acho que já me reportei a esse assunto diversas vezes em meus escritos, mas é sempre bom deixar mais evidente, puro e simples a natureza de nossa personalidade, a qual é tratada de forma superficial dentro da nossa psicologia moderna.
O erro talvez seja o fato de que nos esquecemos de buscar, no passado, respostas para os imbróglios (confusões, distorções...) presentes. Isso em todos os aspectos. Caso contrário, perdemos fio da meada, e nos perdemos como Teseus em labirintos.
Na realidade, nós é que somos responsáveis pela criação de labirintos – sejam psicológicos, astrais-físicos... – e, assim, nos perdemos...
Com relação à persona, se nos reportarmos para a Grécia Antiga, época dos grandes heróis, dos grandes escritores, artistas, percussores de nossa educação, visualizamos na arena teatral as grandes cenas de teatros. Aqui começa o compasso para a saída do labirinto. No teatro, peças de nível altíssimo eram encenadas por pessoas que possuíam uma cultura vastíssima comparada à nossa. Não minimizando os nossos atores e atrizes, mas ali era o berço de tudo, portanto a gema da qual partem todos os exemplos do mundo atual.
Escritores há que dizem que o Teatro é tão antigo quanto o próprio movimento das pernas; concordo, todavia, quando transferimos a responsabilidade para os gregos, nos parece que foram (e serão) os mágicos únicos que souberam lidar com o que ele, o teatro, sempre representou: a condição humana.
Quando digo ‘mágica’, estou me referindo ao sentido mais egípcio da palavra, que nos induz aos grandes sacerdotes e suas magias secretas, nas quais apenas os iniciados nos mistérios conseguiriam ‘ver’ o invisível. O grego via o que estava por detrás das cenas de cada peça, ou seja, a própria essência do que realmente significava e significa o teatro.
O ator, imbuído do sentimento histórico, entrava em cena com apenas poucas roupas e uma máscara – fosse com a face sorridente ou triste, mas representando aquele momento em que a personagem traspassava. Isso aos nossos olhos é fácil de imaginar, contudo difícil de lidar quando se traz à tona aos dias de hoje, simplesmente porque, atualmente, o individuo que contracena não tem esse intuito, essa visão, mas apenas presença, o que dificulta a vestimenta psicológica no momento do espetáculo.
O ator grego sabia que não era apenas uma máscara que o induzia a mudar a cena, mas que havia o aspecto simbólico em cada fala, em cada ato, e na própria máscara, que representava a própria vida, quiçá o universo. Não era um espetáculo no qual todos iam, mas também se viam. A vulnerabilidade da vida na saída na troca da máscara, o amor à persona quando eles se fixavam naquele ser vestido, enfim... até mesmo a natureza era representada na grande arena.
As danças das árvores, a queda dos frutos, a vida, a morte, o nascimento, o renascimento eram símbolos de uma divindade a qual não se poderia representar tão simplesmente com uma cruz ou com uma santa... santos, mas com a “voluveidade” e beleza a que temos direito natural.
Quando digo simbólico, não me remeto apenas ao aspecto metafórico, mas universal da coisa, o que dificulta aos olhos do leitor de hoje identificar o que é algo simbólico, e que é ao mesmo tempo pararracional. O simbólico-grego era a ligação a uma esfera maior e transcendente aos olhos do homem moderno, pois religava aquele aos deuses – também representados no teatro.
Atores Modernos
Há atores dessa época – a nossa -- no entanto que se vestem, se enraízam, buscam e mostram a beleza de compor uma personagem. Atores como Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Marília Pera... são notáveis representantes do teatro, trazendo à tona um passado vamos dizer... Meio grego, cheio de virtudes, belezas e incontestáveis apresentações.
No mais, outros dificultam e se enraízam no modernismo simpático, no entanto, relativo aos olhos de um passado que se mostrou universal em cada ato. E se vão relativizando até desgrudar-se da tradição.
O teatro pede, todavia, que se olhe para ele como um ser que nos demonstra a beleza de representar profundamente cada personalidade que anda, vida, corre – sendo ou não humana – na harmonização de um todo, em homenagem ao sagrado que vive fora e dentro de cada um de nós.
O erro talvez seja o fato de que nos esquecemos de buscar, no passado, respostas para os imbróglios (confusões, distorções...) presentes. Isso em todos os aspectos. Caso contrário, perdemos fio da meada, e nos perdemos como Teseus em labirintos.
Na realidade, nós é que somos responsáveis pela criação de labirintos – sejam psicológicos, astrais-físicos... – e, assim, nos perdemos...
Com relação à persona, se nos reportarmos para a Grécia Antiga, época dos grandes heróis, dos grandes escritores, artistas, percussores de nossa educação, visualizamos na arena teatral as grandes cenas de teatros. Aqui começa o compasso para a saída do labirinto. No teatro, peças de nível altíssimo eram encenadas por pessoas que possuíam uma cultura vastíssima comparada à nossa. Não minimizando os nossos atores e atrizes, mas ali era o berço de tudo, portanto a gema da qual partem todos os exemplos do mundo atual.
Escritores há que dizem que o Teatro é tão antigo quanto o próprio movimento das pernas; concordo, todavia, quando transferimos a responsabilidade para os gregos, nos parece que foram (e serão) os mágicos únicos que souberam lidar com o que ele, o teatro, sempre representou: a condição humana.
Quando digo ‘mágica’, estou me referindo ao sentido mais egípcio da palavra, que nos induz aos grandes sacerdotes e suas magias secretas, nas quais apenas os iniciados nos mistérios conseguiriam ‘ver’ o invisível. O grego via o que estava por detrás das cenas de cada peça, ou seja, a própria essência do que realmente significava e significa o teatro.
O ator, imbuído do sentimento histórico, entrava em cena com apenas poucas roupas e uma máscara – fosse com a face sorridente ou triste, mas representando aquele momento em que a personagem traspassava. Isso aos nossos olhos é fácil de imaginar, contudo difícil de lidar quando se traz à tona aos dias de hoje, simplesmente porque, atualmente, o individuo que contracena não tem esse intuito, essa visão, mas apenas presença, o que dificulta a vestimenta psicológica no momento do espetáculo.
O ator grego sabia que não era apenas uma máscara que o induzia a mudar a cena, mas que havia o aspecto simbólico em cada fala, em cada ato, e na própria máscara, que representava a própria vida, quiçá o universo. Não era um espetáculo no qual todos iam, mas também se viam. A vulnerabilidade da vida na saída na troca da máscara, o amor à persona quando eles se fixavam naquele ser vestido, enfim... até mesmo a natureza era representada na grande arena.
As danças das árvores, a queda dos frutos, a vida, a morte, o nascimento, o renascimento eram símbolos de uma divindade a qual não se poderia representar tão simplesmente com uma cruz ou com uma santa... santos, mas com a “voluveidade” e beleza a que temos direito natural.
Quando digo simbólico, não me remeto apenas ao aspecto metafórico, mas universal da coisa, o que dificulta aos olhos do leitor de hoje identificar o que é algo simbólico, e que é ao mesmo tempo pararracional. O simbólico-grego era a ligação a uma esfera maior e transcendente aos olhos do homem moderno, pois religava aquele aos deuses – também representados no teatro.
Atores Modernos
Há atores dessa época – a nossa -- no entanto que se vestem, se enraízam, buscam e mostram a beleza de compor uma personagem. Atores como Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Marília Pera... são notáveis representantes do teatro, trazendo à tona um passado vamos dizer... Meio grego, cheio de virtudes, belezas e incontestáveis apresentações.
No mais, outros dificultam e se enraízam no modernismo simpático, no entanto, relativo aos olhos de um passado que se mostrou universal em cada ato. E se vão relativizando até desgrudar-se da tradição.
O teatro pede, todavia, que se olhe para ele como um ser que nos demonstra a beleza de representar profundamente cada personalidade que anda, vida, corre – sendo ou não humana – na harmonização de um todo, em homenagem ao sagrado que vive fora e dentro de cada um de nós.
Volto no próximo...
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