sábado, 6 de junho de 2015

A Árvore Humana (iii)

Aos poucos nos verticalizamos.




Depois do nascimento de meu filho, joguei para trás todas as formas de entender a educação por meio de outras crianças e iniciei um processo mais lento e mais didático, além de prático, de perceber o que significa crescimento, seja ele em qualquer nível.

Vi e vejo que, para o meu filho, existe uma forma singular de crescimento, e tenho a certeza de que todos os pais percebem o mesmo em relação aos seus filhos; mas isso não é importante, mas sim participar e tentar encontrar o nosso real papel nesse pequeno contexto.

O papel do pai, o mais prático, é fazer o filho se jogar em meio à suas provas, percebi. Ao passo que o da mãe, a dona daquele que dela saiu, é fazer-lhe carinho, trazer-lhe afeto, amor, de modo que, se for de maneira mal dosada, atrapalha a parte do pai. E vice-versa.

Mas a questão aqui, na realidade, é saber a dose correta, como se preparasse um boneco a lidar com o mundo. Com muito amor materno, ele esquece que a vida tem, por meio das pessoas, uma outra dose...de dor. Com muita prática em lidar com a vida, como se fosse um pequeno robô, pronto a responder às perguntas, em lidar com a agressividade alheia, pode o grande rebento ser um perfeito profissional, sem qualquer meio em lidar com o lado humano da vida. E esse lado é o lado que conta...

Nas guerras antigas – de Roma, Grécia, Esparta, entre outras nações em tempos antigos, -- nas quais a guerra fazia parte das veias dos homens,  -- crianças de doze a quatorze anos eram iniciadas à batalha, e nela sabiam morrer.

Aqui, a guerra era a mãe e o pai do rebento, e nela e para ela se educava, se dedicava, e passava por provas que, com certeza, hoje não se compreenderia. Eram em provas, além de práticas, nas quais enfrentavam touros, leões, a guerreiros mais fortes e valentes que o menino.

Se dissermos que tudo era feito em homenagem aos deuses, estaríamos sendo breves em demasia. Porém, poderíamos falar um pouco dos mitos, das lendas, que eram relatos de um passado tão distante quanto o próprio homem...

Relatos de heróis que nasceram salvando povos, de heróis que nasceram de deuses, e que foram imitados em batalhas, renascendo em histórias ao redor de fogueiras, muito depois.


A nossa história pode ser contada de forma mais simples, revivendo os grandes mitos, tal qual um grande herói do passado. 

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