Um filme maravilhoso, Tempo de Despertar, conta a história de um médico dedicado, personagem de Robin Wilhan, e de um paciente com uma doença crônica, mais ou menos parecida com All Zeimer, ou mais grave que esta -- representado aqui pelo gênio Robert Deniro -- que se encontram em um hospital em que vários pacientes, com doença semelhantes, um dia, despertam, voltam a viver, e do nada ficam bons.
Mais adiante, o grande médico, na tentativa de passar aos curiosos o que havia acontecido, -- pois, todos eles, de uma hora para outra, voltam ao estado normal -- não consegue entender o que se passara antes! Porém, sem explicações, eles voltam ao estado anterior, como num milagre ao contrário...
Em crise
Estamos passando por uma crise econômica sem precedentes. Governo, estados, municípios, além da própria sociedade, em desequilíbrio total, tentam com projetos, leis, medidas provisórias, reverter o que num passado não muito longe fizeram de grotesco, como medidas milionárias em prol de partidos, de empresas que a preço cru cobravam mais tarde o que pagavam aos deputados e senadores. E, como consequência, falta de recurso para não somente à Educação, Saúde e Segurança, mas também às famílias classe medianas e pobres, as quais se tornaram em pouco tempo miseráveis concomitantemente.
A crise se formou por culpa de poucos, como se era de se esperar. Mas isso é um fator histórico: quando a pirâmide fica sem o seu cume, não há mais ligações com suas verdadeiras obrigações. Todavia, antes desse pensamento secular, mais do que reflexivo filosoficamente, volto minhas palavras ao mais agudo dos pensamentos: o da vontade.
Se observarmos bem, bem mesmo, o que nos falta é a nossa vontade voltada a uma realidade para qual não temos olhos. Projetos pessoais, projetos reflexivos acerca de nós mesmos, do que podemos fazer, se podemos fazer, qual a real meta desse projeto, se é ou não um projeto... Ou seja, a crise, em primeiro lugar, deve ser um conceito voltado ao que podemos ser, fazer, e realizar.
Não adianta fazer parte de uma obscuridade, se sabemos que, em sua essência, são apenas revestimentos simples de papeis de parede com fins de nos ocupar desnecessariamente. Claro que, se acreditarmos que não há crise, não há, mas é preciso que tenhamos, como principio, um conceito mais forte do que é crise.
E se nos colocarmos como personagens secundários dentro desse contexto, também seremos alvo, mais tarde, de uma pedra que pode cair em nossa cabeça pelo simples fato de abnegarmos nossas obrigações para com o que estamos a vivenciar. Isto é, também somos protagonistas-culpados pela existência de um país fraco, de governantes idem, e pela crise que se alastra...
Mais tarde, depois da tal consciência, revitalizados, conscientes, presos ao chão, saiamos de nossos edredons e começamos a ter ideias naturais de seres humanos que querem mudar alguma coisa, ou algo realmente válido, como... o mundo! Sim, mesmo porque a crise é mais que institucional, é humana.
Estamos passando por uma crise de humanidade.
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