sexta-feira, 10 de julho de 2015

O Poder dos Símbolos (parte II)



O mundo das Ideias

Platão, filósofo grego, dizia que havia dois mundos -- o sensível e o inteligível. O símbolo, esse que presenciamos, vemos, tocamos, tem duas abrangências, a sensível e a inteligível, assim como sempre colocou o mestre citado. Lembrando que sensível, ao ver de Platão, nada mais é que aquele que pode ser visto, materializado e ao mesmo tempo exterminado por ações naturais ou humanas. O Inteligível, rasteiramente, é o intocável, invisível, espiritual...

Ao ilustrar em sua Caverna (capitulo VII da República), o filósofo nos faz várias referências a esses dois  mundos. A primeira, quando imagens de sombras são vistas pelos habitantes daquela, que, voluntariamente, eram postas pelos amos do lugar. Aqui, sem saber, estavam visualizando apenas imagens corriqueiras, deturpadas de seu sentido real. E, a segunda, ao mostrar a contemplação do mundo real, ideal, fora da Caverna, da qual saiu o habitante que havia arrebentado as correntes.

Enfim, o Símbolo não possui apenas um conceito literal, mas um outro maior do qual ele nasce. Ou seja, quando um egípcio observa um símbolo (ou observava), não olhava em dicionários, mas a um significado que transcendia sua possibilidade de conceituar. 

Por isso, para aquele cidadão que observava o sol, e pedia ao Deus que o protegesse dos males do mundo, não era ao sol sensível, mais ao sol espiritual, o qual religava-se com outros deuses, aos homens, etc. O Egito foi mal compreendido ou talvez o seja até hoje graças a má compreensão do Mundo das Ideias.

Assim o foi em várias culturas, as quais sintetizavam o poder do símbolo, não porque acreditavam em Platão, mesmo porque jamais ouviram nele falar (sei lá), mas pela necessidade de o símbolo incorporar as divindades, o universo, etc.


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