terça-feira, 7 de julho de 2015

Perspectivas




Hoje, sem perspectivas sejam elas quais forem, penso em outras perspectivas... Aquelas que deixei passar: perspectivas de mudar em relação às pessoas, ao mundo, a mim mesmo, sem criar ebulições internas. Apenas pensamentos, nada mais.

Mas algumas, aquelas que me remetem ao passado -- esqueci de dizer -- me fazem repensar as anteriores, das quais falo acima. Todas elas, enfim, criam um sentido.. uma forma... uma ideia. E como todos sabem, quando um chama, por mais pequena que seja, pode vir a ser, com o vento, um incêndio..

Quando penso no passado, não no meu passado, aquele pequeno e irrisório passado em que vivi, sem visão, completamente cego a questões tão importantes quanto o sol que nos domina pela manhã. Nem mesmo falo de um passado no qual meus pais viveram, mas daquele em que todos os nosso Pais estiveram.

Um passado em que mestres eram tão simples quanto camponeses que cuidavam de suas plantações, e andavam, conversavam e nos passavam histórias maravilhosas de como éramos, e como seríamos se abandonássemos o ideal de busca por nós mesmos.

Minhas perspectivas estão se indo, mas se acendem quando Neles penso. Queria traduzir de maneira mais clara, sem que eu possa recorrer a metáforas, mas... Não há como. Nossa língua não permite realizar tal façanha...

Esses dias, em uma reunião família, fizemos uma grande fogueira ao redor de nossa casa. Não era um incêndio não, era uma desas fogueiras de festa junina sobre a qual se pula, e que ao seu redor se faz brincadeiras, como rodar bombril, além de aproveitar suas brasas para assar legumes da época.

Sobre essa reflexão vem-me o exato momento em que tentam acender o bendito fogo. Sobre isso, pensei nos homens das cavernas, pensei nos grandes heróis do passado que ao redor da fogueira, antes de irem para a guerra, contavam histórias maravilhosas sobre seus ancestrais... E mais, não podendo deixa-los de lado, nos espartanos, guerreiros implacáveis jamais esquecidos das Termópilas, que, antes de enfrentar o grande exército de Xerxes, acenderam sua última fogueira se entregando ao Hades, deus do Inferno, para os gregos.

A brasa, que dava tom ao fogo; que, em sua essência, já possuía a labareda, entrou em minha mente não como uma brasa literal, mas, ali mesmo, como uma forma de esperança, que jazia em mim até então. A metáfora, que quero usar, vem dessa brasa... Minha perspectiva vem dela. Me amor ao ser humano, à humanidade, minhas expectativa, minha raiz aos pensamentos que valem à pena estava ali, naquela brasa.

A brasa, em si, em sua totalidade, seriam nossas esperanças, de certo modo, em resgatar nossa potencialidade natural em mudar nossas vidas, por meio de nossas ações, numa visão transcendente, além de nossas capacidade de olhar nossos umbigos. O fogo, esse grande ser, em sua total verticalidade, a representar o que os grandes do passado em nós deixaram: a espiritualidade.

Contudo, meus pensamentos morrem juntamente com esse mundo velho, e não conseguem mais soprar a brasa da esperança, nem mesmo ressuscitar a luz do sol que antes brilhava tão forte quanto o próprio disco amarelo. em mim.

No entanto... Tenho uma outra esperança: a de que meus sonhos não morram ou que suas brasas jamais se apaguem.

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