Guerra de Salamina, na qual
gregos e persas lutaram em favor da liberdade ocidental, enquanto o outro pelo
domínio. Batalha das Termópilas, na qual espartanos e persas, mais uma vez, em
nome da liberdade e do domínio, travaram uma das batalhas tão singulares quanto
qualquer guerra atual. Guerra do Peloponeso, onde, mais uma vez, persas e
gregos se encontram, todavia, uma das guerras na qual as cidades-estados
gregas (Atenas, Esparta, entre outras, brigaram entre si), com vistas ao
domínio e liberdade da região se digladiam.
Temístocles, Alcibíades, Leônidas,
entre outros, em todas elas, foram apenas alguns dos heróis que nasceram e
morreram nessas guerras, assim como qualquer indivíduo de sua época ou da
nossa; contudo, levaram consigo o ardor, a vontade, e por que não dizer o
sentimento de liberdade?
Hoje, em meio à política, que nos
prende sem razões, que inventa heróis, em uma batalha na qual quem somente
perde somos nós, povo, pergunto a mim “será que os heróis do passado merecem
ser reavivados? ” – E respondo... “Acredito que sim”. Mesmo porque precisamos
de referenciais,como crianças que seguem os pais, os
tios, os avós, os quais guerreiros que eram e nos esquentavam com suas palavras de
vulcões, e que nos educavam em frente a fogueiras repletas de histórias.
Agora, mentes do passado, não do
passado glorioso, no qual dormem os verdadeiros heróis, mas de um passado sem
sabedoria, do qual não se pode nem refletir acerca dos valores de uma nação, de
uma sociedade, de um cidadão, surgem como herdeiros do mal, com partidos,
repartindo uma nação, com palavras de ordem – sem ordem --, e justiça, sem
saber o que é --; se revelam sábios sem leitura de livros ou da vida, apenas
como divisores, não como pontes.
Para tais heróis, a nação não é
nada – a não ser uma palavra que coça dentro da alma, mas depois passa --; para
eles, humanidade é apenas um pensamento que ainda não se completou, e quem têm
medo de fazê-lo; por quê...? Porque sempre se leva para o lado sombrio da alma
– o fosso humano. Aqui, encontramos a realidade atual.
O que me vem à cabeça, ainda que
eu não queira, dentro desse mesmo aspecto, é a figura do herói, do homem, do
indivíduo que um dia se joga em prol de algo maior do que ele; que desata a
realizar objetivos sem igual de modo a edificar a sua nação e entrar para a
história dela, não como partidário, que um dia disse algo, realizou algo, mas
que brilhou em meio a lama, à guerra, e respondeu ao chamado da história.
O herói de hoje, ainda não
pareça, tenta se edificar (e não sua nação ou ao povo), mas, sem saber, se
torna um ser comum, talvez mais que o indivíduo que espera algo quando acorda e
quando dorme. O herói antigo não dormia... Sonhava, realizava e tinha a plena
consciência de que não somente ao povo, mas também aos deuses seu nome seria
lembrado. O de hoje transfere o sentimento de falso herói (e ama isso), e
aproveita a falta de referenciais nos quais foi educado – não somente ele, como
todo o povo – e subtrai para si o mal do mundo.
Para ele, esse mal, por ser o rei
da desordem mundial, só lhe oferece o que é de bom grado ao seu caráter... Ou
seja, aqui temos o herói às avessas. Enquanto o herói do passado buscava os
deuses, o do presente constrói seu castelo dourado com tijolos que nem serão
vistos pelo menor ser.
Os tempos são outros, claro;
todavia, não faz mal olhar para trás e tentar entender o passado com vistas a
melhorar nosso futuro. Mas disso, no entanto, estamos longe; enquanto isso
assistimos à derrocada de um país, de um sistema que nasceu morto, de uma nação
que um dia sonhou com verdadeiros heróis.
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