Desde pequeno, me isolo como uma cabra montesa, que se esconde de predadores no alto de uma montanha. É da minha natureza. Há muitas coisas sobre as quais poderia falar no que tange à minha natureza, e uma delas é essa forma de ser, de se esconder, de ir embora mesmo quando as coisas estão bem.
Entretanto, vejo tal característica como aquele que cresce tentando se entender...Além de não causar maiores danos à sociedade. Não fiz nenhum, claro. Todavia, lá dentro de mim, permeia esse medo (de um dia fazer), de retirar, de não somar aos que vieram com tal ideal.
A montanha não existe, eu não sou uma cabra, e o medo está se indo. Com o tempo, percebi que a vida nos modifica, e dependendo do caminho que tomamos, podemos morrer em vida, ou viver para sempre, ainda que viemos a morrer. Não precisamos temer por isso...
Há sempre escolhas.
O que mais me faz refletir acerca do que sou também é a força da busca pelo silêncio, ou pelo menos alguma coisa que se assemelhe a ele. Nunca percebi algo tão humano, belo, como o fato de estar presente em um mundo tão frio e ao mesmo tempo tão misterioso essa alavanca natural, a qual poderíamos resolver tudo, desde a hora em que a temos em mente até o momento em que se propaga pela nossa alma... É realmente incrível.
Mas tudo isso pode ser objeto de crítica, mesmo porque estamos em um ciclo dual, dentro do qual as preferências são eternamente distintas, e raramente gêmeas de humano para humano, então não posso jogar isso como verdade; contudo posso salientar essa característica como fundamental para tanto -- e muito autores, filósofos principalmente, são favoráveis a essa ideia.
O silêncio é digno, mas as vezes nos dá temor por nos fazer ouvir o próprio pensamento, as dores da mente, as buscas inúteis diárias nas quais somos interesseiros na busca pelo nada, na maioria de nosso tempo... Então desistimos dele; corremos em direção ao nada (projetos fúteis, ideais falhos, idealismo bobos, enfim), e nos vamos para mais uma vida inútil.
Sentar-se, calar-se, ouvir a voz divina. sentir que estamos presentes em espírito, mesmo não deixando de mão nosso amor ao físico, e sorrir ante ao que somos. Assim, um passo de cada vez, vamos nos consertando... dentro do que a personalidade nos traz, ao que os mestres nos diz, ou mesmo ao que realmente somos.
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