Mágica não tem nada a ver com truques dos falastrões nos palcos dos auditórios dos circos, das tvs, e nas festas de crianças engalobalas, enquanto pais descansam dos pestinhas. A mágica nos passa todos os dias como rios inteiros embaixo dos nossos pés, e na maioria das vezes acima de nossas cabeças. Mas a maior mágica de todas está em nossos corações, quando a vemos diante de nossos olhos, que, assustados, sorriem antes dos lábios demonstrando dentes enormes, rugas nascendo, às vezes acrescidos com uma dorzinha gostosa no pé do estômago... É a mágica da vida!
Lá está ele, fiel, potente, leve como uma pluma, forte como a resistência das rochas, a nascer e a desmaiar por detrás das montanhas; na manhã, tão amarelo quanto ele próprio, e na tarde, suas cores difusas, ao sair do cenário, não relembram nada mais que ele mesmo, o sol, de uma beleza mágica, da qual se extrai todas as vivências, e da qual simbologias divinas foram retiradas há milhares de anos, ainda nos eleva com seu mistério, com a sua divindade.
A mágica do sol é apenas uma entre milhares que deixamos passar diariamente, diante de nossas barbas, o que nos torna tão frios e ranzinzas.
Hoje, entre distintos conflitos em nossa existência – entre eles, o de cunho familiar, social, profissional, até mesmo físicos e mentais, -- nos tornam longínquos moradores num mundo paralelo ao qual temos e podemos nos harmonizar, é o mundo mágico de uma natureza que nos resguarda a lua, o sol, a terra, o cheiro dela molhada, o perfume das flores, o amor humano... o ideal humano...
Um mundo pelo qual se luta apenas em teorias comerciais, nos quais interesses relativos se sobrepõem ao coletivo; um mundo que se esvai em psicologias surdas e mudas aos reais problemas humanos... Contudo o rio se vai. Sem ser atingido, corre puro, cheio de energia inata, como uma criança livre de maldades, como a consciência de um idoso que vira criança na hora da morte...e sorri. E a mágica se faz.
Todavia, podemos ainda vê-la; estamos 'apenas' perdendo o amor à mágica, mas ainda podemos vê-la, e resgatar o que nos toca a alma no seu ponto mais belo. Esquecemos as desavenças por segundos e prestemos mais atenção nos nossos filhos (pequenos mágicos), que, em pequenos, no principio de suas iniciativas, se esforçam tais quais homens grandes no subir de uma montanha, apenas para engatinhar num chão duro, sem medo da dor, nem de sujar o pequeno joelho; e nos meses que seguem sorriem com cabeçadas no chão, choram apenas de sede e fome, e com a falta de carinho – o que lhes é inerente! – disso não podemos mais chorar, e choramos! – mais tarde, na tentativa de andar, transformam suas forças mínimas, que para ele é o máximo, e caem, levantam, caem, levantam... na maior de todas as simbologias demonstradas ao ser que sofre e não se levanta. As crianças também poderiam chorar com as quedas e não quererem mais se levantar, mas o fazem e sorriem, e sorriem... que mágica é essa?!
Há mais que lágrimas desnecessárias entre os olhos e a boca nesse mundo tão frio, sem mágicas. Há o poder sagrado de um universo ao qual, fechando os olhos, podemos acessá-lo. Há a real natureza que podemos buscá-la em nós, tentando ser o que somos, no sentido mais real da palavra, e mais divino também, esquecendo uma personalidade que se embrutece com o dia a dia, moldando-a ao caminho dos milagres que nos acontecem, dentro e fora de nós.
Uma prova de que participávamos das mágicas é o Antigo Egito (há mais de dois mil anos), onde celebravam, todos os dias, o nascer do sol, o pingar das chuvas, o ciclo das estações e, por fim, o nascer da vida dos embriões das belas mulheres. Para eles, o que se via não era senão uma mera ilusão daquilo que estava por trás de tudo, isso sim era o real, o eterno. Celebrar o nascer do sol era celebrar o nascer de todos os sóis dentro do homem, aquele que lhe dava origem, vida, ação, poder... atitude, além do aparecimento da lua, que simbolizava a grande mãe de todos... A mágica realmente estava se fazendo por trás das cortinas de todo esse universo. Assim o era em todas as culturas ameríndias, e noutras e noutras... Mas será que a mágica se desfez com o tempo, com nossa ignorância? Não.
A mágica sempre haverá em qualquer parte da vida, como a própria Vida o é. Apenas o homem e seu coração mudou de rumo, e muito... Mas em nossos corações precisamos entender que podemos voltar às nossas origens e nos conectar a tudo que perdemos de bom. Não porque é mágico, mas porque é preciso.
Lá está ele, fiel, potente, leve como uma pluma, forte como a resistência das rochas, a nascer e a desmaiar por detrás das montanhas; na manhã, tão amarelo quanto ele próprio, e na tarde, suas cores difusas, ao sair do cenário, não relembram nada mais que ele mesmo, o sol, de uma beleza mágica, da qual se extrai todas as vivências, e da qual simbologias divinas foram retiradas há milhares de anos, ainda nos eleva com seu mistério, com a sua divindade.
A mágica do sol é apenas uma entre milhares que deixamos passar diariamente, diante de nossas barbas, o que nos torna tão frios e ranzinzas.
Hoje, entre distintos conflitos em nossa existência – entre eles, o de cunho familiar, social, profissional, até mesmo físicos e mentais, -- nos tornam longínquos moradores num mundo paralelo ao qual temos e podemos nos harmonizar, é o mundo mágico de uma natureza que nos resguarda a lua, o sol, a terra, o cheiro dela molhada, o perfume das flores, o amor humano... o ideal humano...
Um mundo pelo qual se luta apenas em teorias comerciais, nos quais interesses relativos se sobrepõem ao coletivo; um mundo que se esvai em psicologias surdas e mudas aos reais problemas humanos... Contudo o rio se vai. Sem ser atingido, corre puro, cheio de energia inata, como uma criança livre de maldades, como a consciência de um idoso que vira criança na hora da morte...e sorri. E a mágica se faz.
Todavia, podemos ainda vê-la; estamos 'apenas' perdendo o amor à mágica, mas ainda podemos vê-la, e resgatar o que nos toca a alma no seu ponto mais belo. Esquecemos as desavenças por segundos e prestemos mais atenção nos nossos filhos (pequenos mágicos), que, em pequenos, no principio de suas iniciativas, se esforçam tais quais homens grandes no subir de uma montanha, apenas para engatinhar num chão duro, sem medo da dor, nem de sujar o pequeno joelho; e nos meses que seguem sorriem com cabeçadas no chão, choram apenas de sede e fome, e com a falta de carinho – o que lhes é inerente! – disso não podemos mais chorar, e choramos! – mais tarde, na tentativa de andar, transformam suas forças mínimas, que para ele é o máximo, e caem, levantam, caem, levantam... na maior de todas as simbologias demonstradas ao ser que sofre e não se levanta. As crianças também poderiam chorar com as quedas e não quererem mais se levantar, mas o fazem e sorriem, e sorriem... que mágica é essa?!
Há mais que lágrimas desnecessárias entre os olhos e a boca nesse mundo tão frio, sem mágicas. Há o poder sagrado de um universo ao qual, fechando os olhos, podemos acessá-lo. Há a real natureza que podemos buscá-la em nós, tentando ser o que somos, no sentido mais real da palavra, e mais divino também, esquecendo uma personalidade que se embrutece com o dia a dia, moldando-a ao caminho dos milagres que nos acontecem, dentro e fora de nós.
Uma prova de que participávamos das mágicas é o Antigo Egito (há mais de dois mil anos), onde celebravam, todos os dias, o nascer do sol, o pingar das chuvas, o ciclo das estações e, por fim, o nascer da vida dos embriões das belas mulheres. Para eles, o que se via não era senão uma mera ilusão daquilo que estava por trás de tudo, isso sim era o real, o eterno. Celebrar o nascer do sol era celebrar o nascer de todos os sóis dentro do homem, aquele que lhe dava origem, vida, ação, poder... atitude, além do aparecimento da lua, que simbolizava a grande mãe de todos... A mágica realmente estava se fazendo por trás das cortinas de todo esse universo. Assim o era em todas as culturas ameríndias, e noutras e noutras... Mas será que a mágica se desfez com o tempo, com nossa ignorância? Não.
A mágica sempre haverá em qualquer parte da vida, como a própria Vida o é. Apenas o homem e seu coração mudou de rumo, e muito... Mas em nossos corações precisamos entender que podemos voltar às nossas origens e nos conectar a tudo que perdemos de bom. Não porque é mágico, mas porque é preciso.
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