quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

“Aquilo que não me destruir me tornará mais forte”


Não sei bem de quem é essa frase – talvez Nietzsche, na sei... --, mas é ela que me faz bem. Me norteia. Traduz um pouco das lhanuras pelas quais passo, e que também me ensinam. É de uma semântica natural combinada com a grossura de nossas ignorâncias – no caso, a minha – na leveza da queda de uma folha, em paralelo com a monstruosidade humana – no caso, a minha.

Na hora em que se passa por tudo, não se vê, não se percebe o quanto somos detentores de u’a imbecilidade, advinda de uma personalidade egoísta, cheia de conquistas relativas, embriagada de água suja, se fazendo de vinho – no caso, eu. Não tem como saber se é uma prova natural divina, ou mesmo uma consequência de nossos atos. Na realidade, agimos tais quais crianças que jogam seus brinquedos ao chão e mais tarde, ao sair de seu berço, sai tropeçando, caindo e, com certeza, se machucando, pela inconsciência do esquecimento...

Não sei se podemos nos fazer de crianças, pois há atitudes impagáveis feitas às escusas, conscientes. Há, sim, meios de descobrir que somos ou seremos culpados pelos ‘sofrimentos’, como diria o cristão, que nos são passivos. Crianças devem aprender com seus atos, um dia, pois estão descobrindo o mundo – dentro do seu meio, ou fora – o que é uma necessidade tão natural quanto qualquer outra ao ser humano! Isso nos leva a nos perguntar “será que somos crianças em determinados aspectos, mesmo sabendo que somos conscientes de nossos atos?” – claro que sim.

A natureza é feita de degraus, de hereditariedade, e por ela passamos. Não só, mas também em meios familiares, profissionais... Nos quais a hereditariedade é o reflexo da maior delas – ou pelo menos deveria ser. Vamos julgar que somos obedientes aos reflexos, vamos julgar que, mesmo assim, sem querer, cometemos nossas faltas nesses meios. As punições nos vêm, em qualquer um dos âmbitos – familiar, profissional (desobedecer a chefes, a mãe, a irmãos mais velhos etc...). E aí olhamos para cima e pensamos “Deus, por que comigo?”. Ainda que Ele não responda, no fundo, há uma voz em nossas almas que profere a seguinte resposta: “não mandei desobedecer!”.

Daí é que vem o pensamento religioso de que somos desobedientes a Deus, e que temos que segui-Lo, e temos que compartilhar com os sentimentos cristãos nos quais a credibilidade extrema e necessária a Deus vêm e voltam, vêm e voltam, até descobrirmos que somos filhos e ao mesmo tempo pais de nossos atos. Sim. O Deus a que me refiro é uma lei a que temos que obedecer. Esta, vista como uma sombra humana pela maioria, resvala pelas mãos dos menos ignorantes e se transforma instantaneamente de pedra, cruz, pecado em pena, leveza, paz, as quais justificam nossa existência de maneira una, sintética, porém dura.

Dura pelo fato de que ainda somos meio lacrados quando se trata de compreender o que realmente nos faz homens reais em torno de tudo aquilo que existe. A idéia atual – de que somos “primatas que julgam e matam” – persiste, pois nos deram ferramentas para tanto na Idade Média. E ela sobrevive até hoje. Como somos crianças!

A alma

Os problemas, dizem, existem para dar o brio às almas. O custo desse brio é que nos faz incrédulos. Assim como frestas que aparecem nas paredes e não as fechamos com o tempo, aparecem os problemas; contudo há aqueles que nascem conosco. Há aqueles que são retirados dos outros a fim de que se possa “crescer a alma” em cima deles (o pior de tudo).

A alma dos homens tem a natureza cíclica. Somam todos os atos em terra e crescem na medida de suas encarnações, ainda que pouco. Não precisam, claro, esperar as encarnações a fim de crescer. Atos praticados com finalidade idealística – com amor, esperança, humanidade, com coração, no sentido mais puro da palavra – ajudam um pouco. Ainda, tentar entender os sagrados mistérios divinos, amando a natureza, não somente o que lhe é fisiológico, também ajuda.

Por tudo que somos, vândalos de nossos físicos, almas e espíritos, ainda temos guardados em nós esperanças, assim como na grande caixa de Pandora que caiu e se mostrou libertadora de nossas esperanças, a que nunca morre – sabemos que o homem deve tentar compreender seus atos e saber que eles estão intricados um com os outros tal qual veias nos corpo, tal qual raízes de uma grande árvore... Tal qual uma gota em um grande oceano. Desviar do curso para qual temos natureza, é brincar de ser o que não é. “Se sou uma gota, devo buscar meu oceano”.

E os problemas, látegos invisíveis que nos surram todos os dias, nos indicam a realidade, a verdade, a justiça tão revelada, que não conseguimos ver.

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