Há muito tempo, impérios se
firmaram sobre ideias grandiosas de domínio do mundo, de construção e evolução
dentro das sociedades, e muito mais, da própria humanidade. Sabe-se que essas
civilizações tiveram um corpo, desenvolveram, mas caíram com o tempo, assim
como tudo que nasce, cresce e morre, entretanto, para muitos, tais civilizações
ainda que com características aprazíveis ou não, reencarnam como uma grande
alma em “corpos diferentes”, e tentam se manifestar, imporem-se, e recomeçarem
seus sonhos, ou a depender, nossos pesadelos...
Para quem não sabe do que estou
falando (ou pelo menos tentando), eu vou lhes dizer, estou me referindo a Roma,
ou Persa, entre outras, e por que não dizer da Alemanha, em seus tempos áureos.
Da Alemanha, nem tanto, pois, quando se fala em auge, sempre nos direcionamos a
alguém (nesse caso, ou país) em sua mais alta forma seja ela educacional,
material ou espiritual.
Esta última potência, Alemanha,
no entanto, depois da Primeira Grande Guerra, só esteve em seu auge quando um ditador
iniciou seu processo “civilizatório” baseado em premissas genocidas –
exterminar povos. Isso, na realidade, não chega a ser desenvolvimento,
ascensão, evolução. É o mesmo que dizer que a máfia – seja ela em qualquer
sociedade – conseguiu seu auge. Talvez no material, mesmo assim, eliminando
muitos adversários, por meio de disciplinas e ordens que ela mesma – a máfia –
honrava todos os seus compromissos.
E é, apesar de tudo, elogiável,
pois coloca no chão várias instituições, quando se trata da matéria disciplina. Porém, não
passa disso. E a Alemanha, em busca de renovar-se no contexto mundial, à época,
agiu como a máfia. Em termos de disciplina e honra a seus interesses, ela foi
notável. Eliminava seus adversários, destronava governos, quebrava regras para se
manter nas nuvens, e nunca perdeu sua estrela: ser dona do mundo...
Enfim, em nome do mal, não se
pode falar em ascensão. O mal – como diria Platão – é o que separa. O amor é
tudo aquilo que une. Não podemos fugir de nossos ideais. Fica mais simples. E impérios
se formaram em cima desses ideais, porque a premissa era muito forte, e ao
mesmo tempo, soava ser mais fácil conseguir... e era.
Disfarçado de interesses
humanitários, surgiu o ditador. Abriu fábricas que foram necessariamente
fechadas, em uma época em que a Alemanha, país cujo alimento pós-guerra chegou
a ser indecifrável o preço de tudo, dada a inflação pós-guerra, havia
praticamente falecido aos olhos do mundo; ele trouxe a todos a esperança de
renovação, de fortaleza, honra e dignidade. Palavras fortes que cabiam como uma
luva até mesmo para uma pessoa depressiva, o mesmo a um país em decadência
financeira e moral.
Nascendo com tais premissas,
honrosas, em principio, o ditador conseguiu chegar ao auge de suas ideias.
Transformou seus interesses homicidas em um sentimento quase que coletivo.
Muitos o apoiaram, outros, ainda que fossem contra os obsurdos, tiveram que se
calar. O fato é que o silêncio dos bons foi primordial para que a maioria
interpretasse que o ditador teria feito toda a Alemanha submissa a seus
interesses. Não fora dessa forma.
O grande ditador buscou a
raiz dos impérios romanos, gregos, egípcios... Chegou a copiar – do seu modo –
o símbolo antigo egípcio de criação do mundo, como os dois s, intitulado
suástica; a reverência romana, um pouco mais berrada ao modo nazista, foi a que
chegou mais perto se não fosse o nome do ditador no fim da reverência “ave”, a
qual tem uma particularidade tão sagrada quanto qualquer sol visível. Em tudo,
o ditador copiou, além da disciplina romana, a maneira de lidar com o
adversário, a educação – ainda que sem nexo – sobre a morte, fez com que a
Alemanha fosse o império quase completo.
O ditador, graças ao um ideal
falho, de separatividade, de dores e massacres de povos, foi derrotado pela
união de vários países com outro ideal: o de união. Mas para isso, teria que
destruir a rota do mal pela raiz, se infiltrando pelas margens, até conseguir
destronar o monstro – que se suicidou...
Roma, a águia.
O
que faz um império ser odiado? Por que nos lembramos mais dos benefícios
romanos do que os malefícios aos bárbaros? Roma era uma ideia de integração não
só civilizatória, mas universal. A prova disso é que há histórias nas quais se
diz que Roma era tão respeitada e, à vezes, amada por alguns adversários, que
estes se rendiam, antes mesmo que o grande exército romano chegasse. Outras
vezes, sorriam, e mais outras, temiam. As notícias corriam como a brincadeira
de telefone sem fio. Contudo, não eram guerreiros de brincadeira, e sim pior do
que uma realidade.
Massacres houve, tomadas de
cidades indiscriminadamente, também, porém, sabe-se que os reais genocídios vieram
após a Primeira Guerra Mundial, quando mortes em massa de inocentes começaram a
transferir o desejo real do homem atual. Dos antigos podemos dizer que havia
tomada de países com intuito de transferir sua cultura e seus ideais ao mais
fraco. E Roma o fazia.
Civilização: conceito.
Falar de um império completo é tentar
entender os conceitos de moral, ética, civilidade, humanidade, e Roma, um
grande império formado por diversas culturas, concretizou-se, na prática, após séculos,
em a maior do Ocidente.
Nela, todos os conceitos cabiam.
Religião, família, política, civilidade, humanidade, justiça... Já eram
praticados em todos os campos, de maneira que todos tinham suas obrigações e deveres
como cidadãos, e aqueles que se tornavam também o tinham.
Hoje, não é somente Alemanha do
passado que não tinha seus conceitos, mas muitas outras de hoje, as quais são
potências, não possuem civilidade, humanidade, justiça, religião, dotados como
pontos principais para a consecução de seus fins progressistas. Pelo contrário
lutam contra qualquer um que o tenham.
> Voltamos no próximo texto >
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