E sussurramos nas altas estrelas até
A madrugada...
Chamavas-me de louco, e eu,
Roubando-lhe beijos, de amada.
Retirados os véus,
Não só em palavras,
Mas em cortinas,
Em roupas, como almas aladas,
Nos amamos sem valor.
Caímos em devaneios múltiplos
Pela fantasia,
Acordamos e dormimos frios,
No exercício quente
Da alforria.
Não éramos mais escravos,
Apenas governantes da magia,
Derramamos secas bebidas
E moramos no lado oculto da lua,
Fugimos um pouco agonia,
Da dor que nos unia...
Da cor neutra da paixão
Que naquele espaço persistia...
Embebedamo-nos de alegria,
Dançamos a música que se fora,
Apenas a mente nos servia.
Seu corpo, ao som do vento,
Parecia uma paisagem muda,
Até que em seus olhos firmes,
Na tempestade dos meus,
Brotaram frutos doces,
Ao passo de Deus.
Eu morri de amor,
Ressuscitei em segundos,
Corri campos e nadei mares,
Senti-me dono do mundo.
Meu mundo se foi,
Como um divino ateu,
Acordei na noite,
Molhado pelos belos açoites,
E voltei ao sonho meu.
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