quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Construir. Uma ideia.



Queria muito saber transferir a semântica de várias palavras, nas quais exibe com louvor o que sentimos, o que fazemos e passamos. A palavra construir é uma dessas, que me deixam digno de um filósofo atordoado depois que vários questionamentos lhe são feitos.

Hoje, aqui e agora, penso nessa palavra tanto quanto qualquer outra, como se ela viesse a ser a chave de minhas outras palavras indecifráveis. Penso no construir, no levantar estruturas, ideias, conhecimentos, prédios, casas – principalmente porque tenho em mim que tudo isso começou por causa da construção de minha casa...

Sabe... Quando vejo os pedreiros chegando pela manhã, felizes, voltados com a consciência na meta principal – trabalhar bem – de modo que sejam chamados para outra obra, e sejam elogiados mais ainda – sinto que aqui, nesse meio, consegui construir uma nova amizade (ou amizades), e que sentirei falta deles quando tudo isso terminar...

Um deles, o menor, "mudo" até então, não conseguiu ficar com os lábios cerrados por muito tempo, pois piadas foram contadas, assuntos prosaicos, brincadeiras foram feitas, e ele começou a soltar-se, e hoje, quando me aproximo dele... É festa. E com seu jeito humilde, ajuda o mestre de obra, de nome Riginaldo (com i), a montar mais uma estrutura, também com muita alegria e, ao mesmo tempo, seriedade.

O outro, um pouco mais avantajado, para não dizer beneficiado adiposamente (gordo), de nome Reginaldo, também, tal qual o meu!..., revela-se um oráculo nas horas mais difíceis. Ou seja, quando o mestre tem receio de dizer, ou quer confirmar algo que este tem dúvida... é só dizer “Não é, Rê?”... E nesse combinado de conhecimentos, não sei como me veem, prosseguimos na certeza de que somos fortes candidatos a sermos amigos eternos...

E a palavra Construir continua, não apenas nesse meio, mas principalmente em família – outra palavra tão importante quanto à primeira, que estrutura psicológica e religiosamente todos nós. E se não faz esse papel, pelo menos nos encaminha para tanto.

Construir uma família... Uma ideia...

Casamo-nos, temos filhos, e pronto. Temos uma família. Fisicamente talvez. Mas a necessidade de “encimentar” a união dos tijolos para que fiquem fixos, fortes, unidos, sem que se separem mais tarde, é o que devemos buscar nela, nessa entidade que reúne todos os nossos valores, ainda que alguns não acreditem.

Quando se constrói uma casa, cada tijolo vem de lugares diferentes, para se tornarem tijolos reais, e serem usados como... tijolos. Assim somos nós no universo... Viemos para sermos humanos, com pretensões simplesmente humanas e fazer nosso trabalho como tal. E para isso, necessitamos de um núcleo dentro do qual temos que aprender nossos reais valores, e saber, depois desse núcleo, o que queremos construir, como seres humanos que somos.

Construir nesse aspecto toma uma dimensão maior, elevada. Pois nos faz repensar o que somos e o que queremos fazer, como construir sonhos materiais ou espirituais, construir ideias a partir de princípios que criamos, que regamos lá trás.

Roma – por exemplo – foi exemplo de uma grande cidade que construiu suas ideias a partir de outras que lhe fizeram o que fora num passado brilhante. Não hoje. Assim o foi o grande Egito, no qual grandes pirâmides foram construídas com ideias míticas, e com os mesmos motivos, as civilizações maias, astecas, incas em seus tempo dourados, nos quais sobraram apenas interrogações em cima de suas construções belas e misteriosas.

E a palavra construir nos vem e desaparece como um mosquito inquieto. Quando aparece, olhamos fixos a sociedade, e trabalhamos nosso inconsciente com o desejo de fazer o bem, por meio da educação, por meio do trabalho, com ingredientes sociais, humanos, como ética, moral, amor, dedicação...

Porém, se vai ao nos depararmos com sujeiras advindas de poucos que se julgam governadores, presidentes, senadores, deputados... Como uma esperança que nunca nasceu, que nunca cresceu, e que só existe em filmes de idealistas que conseguem lutar e morrer pelos seus ideais.

...Eu, hoje, ao ler um desses textos que há muito não passo a vista – do meu blog, claro – o Pico da Montanha – o qual traduz a esperança de modificação interna para a realização externa, fiquei pasmo como somos medrosos em construir, por meio de nós mesmos, uma ideia que pode nos elevar como humanos, e nos tornar um pouco melhor, todos os dias, sem que precisemos derrubar governos, defender baleias, árvores, enfim, construir algo dentro de nós que possa ser perpétuo, sem que sejamos incoerentes, pois sabemos que defender causas humanas é tão necessário quanto qualquer outra ideia.

Construir é uma ideia que plasmada pode levantar milhões de edifícios, mas, principalmente, pessoas.







À Minha Família.

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