terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Do Pianista à Música Brega

O Jornalista e o Filósofo.

Aqui ainda discorro um pouco a respeito da história passada, na qual me revelo mais atraído pela religiosidade do afinador de pianos, do que o próprio entrevistador, um ateu convicto. Mas aqui, também, inicio uma nova conversa, essa seria a respeito de um livro que fala dos cantores bregas da década de setenta, os quais queriam reconhecimento por suas letras que, segundo eles, espinhavam tanto quanto músicas de Chico Buarque entre outros...




Após aquela conversa a respeito do afinador de pianos, ficamos dias reflexivos a respeito do velho, e isso me fez bem, mesmo porque nada melhor que respirar um ar à base de condimentos tradicionais, dos quais se pode retirar alguma coisa.

Passei semanas observando meus atos, meus pensamentos (!) – observar pensamentos é fogo! – mas existe uma terceira pessoa se fazendo de consciência para prestar atenção até mesmo no que não prestamos, e usei toda ela. E percebi que somente eu havia lavado a sério a entrevista de meu amigo, o qual teria se sentir mais atraído filosoficamente pelo trabalho do entrevistado do que eu, e nada...

Mas, de alguma forma, em algum lugar de sua consciência, pensara nos instantes, e isso percebi dias depois quando voltara a me falar a respeito do afinador mesmo que eu não tenha o citado em minhas conversas.

Ele dizia.. “Cara, você acredita que o cara tem uma exposição móvel do seu trabalho, e vai a lugares diferentes nos quais pessoas passam a se interessar pelo trabalho dele! Caramba, mano”-- Ele dizia.
Fiquei feliz por suas colocações, mas teria ficado mais ainda se me dissesse o que teria tirado de toda aquela conversa que tivemos. Claro que eu o respeito e o farei sempre, no entanto, estava ele a bater em uma tecla (não a do piano) que o faria moralmente mais respeitador do que simplesmente um freelance em busca de emoções.

“Eu não sou cachorro não”

Semanas depois, voltei a me encontrar com o aventureiro amigo, que desta vez, em nome de seu instinto jornalístico, iniciou uma leitura, ao ver dele, super agradável de um livro com o título “Eu Não sou Cachorro Não”, o que me fez repensar sua cultura afuniladora de tendências atuais. E ele não tinha funil, pelo visto.

Não havia importância. O que eu não poderia pensar era que ele era um referencial, pelo menos em cultura, para que eu pudesse chegar a algo que pudesse me imprimir um ritmo filosófico mais rico em minha jornada quase apagada.

Na realidade, era mais que isso. Meu amigo jornalista sabia que em tudo eu via a filosofia, em todas as coisas, fossem elas de nível natural, sobrenatural, politico, religioso, enfim, em tudo que se mexia ou em tudo que não se via...

No entanto seus argumentos em torno daquele livro foram mais persuasivos do que eu poderia resistir. Ou seja, ele queria que eu tivesse sua visão de música, de época, de história – talvez nesta última ele vencesse, mas não teria ainda os mesmos prismas de um homem que deixa o passado ser o que é...

As discussões em torno desse livro no próximo capítulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....