Aqui ainda discorro um pouco a respeito da história passada, na qual me revelo mais atraído pela religiosidade do afinador de pianos, do que o próprio entrevistador, um ateu convicto. Mas aqui, também, inicio uma nova conversa, essa seria a respeito de um livro que fala dos cantores bregas da década de setenta, os quais queriam reconhecimento por suas letras que, segundo eles, espinhavam tanto quanto músicas de Chico Buarque entre outros...
Após aquela conversa a respeito
do afinador de pianos, ficamos dias reflexivos a respeito do velho, e isso me
fez bem, mesmo porque nada melhor que respirar um ar à base de condimentos
tradicionais, dos quais se pode retirar alguma coisa.
Passei semanas observando meus
atos, meus pensamentos (!) – observar pensamentos é fogo! – mas existe uma
terceira pessoa se fazendo de consciência para prestar atenção até mesmo no que
não prestamos, e usei toda ela. E percebi que somente eu havia lavado a sério a
entrevista de meu amigo, o qual teria se sentir mais atraído filosoficamente
pelo trabalho do entrevistado do que eu, e nada...
Mas, de alguma forma, em algum
lugar de sua consciência, pensara nos instantes, e isso percebi dias depois
quando voltara a me falar a respeito do afinador mesmo que eu não tenha o
citado em minhas conversas.
Ele dizia.. “Cara, você acredita
que o cara tem uma exposição móvel do seu trabalho, e vai a lugares diferentes
nos quais pessoas passam a se interessar pelo trabalho dele! Caramba, mano”--
Ele dizia.
Fiquei feliz por suas colocações,
mas teria ficado mais ainda se me dissesse o que teria tirado de toda aquela
conversa que tivemos. Claro que eu o respeito e o farei sempre, no entanto,
estava ele a bater em uma tecla (não a do piano) que o faria moralmente mais
respeitador do que simplesmente um freelance em busca de emoções.
“Eu não sou cachorro não”
Semanas depois, voltei a me
encontrar com o aventureiro amigo, que desta vez, em nome de seu instinto
jornalístico, iniciou uma leitura, ao ver dele, super agradável de um livro com
o título “Eu Não sou Cachorro Não”, o que me fez repensar sua cultura
afuniladora de tendências atuais. E ele não tinha funil, pelo visto.
Não havia importância. O que eu
não poderia pensar era que ele era um referencial, pelo menos em cultura, para
que eu pudesse chegar a algo que pudesse me imprimir um ritmo filosófico mais
rico em minha jornada quase apagada.
Na realidade, era mais que isso.
Meu amigo jornalista sabia que em tudo eu via a filosofia, em todas as coisas,
fossem elas de nível natural, sobrenatural, politico, religioso, enfim, em tudo
que se mexia ou em tudo que não se via...
No entanto seus argumentos em
torno daquele livro foram mais persuasivos do que eu poderia resistir. Ou seja,
ele queria que eu tivesse sua visão de música, de época, de história – talvez
nesta última ele vencesse, mas não teria ainda os mesmos prismas de um homem
que deixa o passado ser o que é...
As discussões em torno desse livro no próximo
capítulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário