quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Nas Asas da Tradição

FELIZ 2015!!


Voemos de volta ao passado, nas asas da Tradição.




Não sei por onde começar... E isso me faz pensar em como terminar rápido esse texto, o último de 2014. Talvez deva iniciar com a palavra Tradição.  O que vem a ser Tradição?... Nos dicionários, é apenas um substantivo feminino, que significa o ato de transmitir ou entregar... Ou transmissão oral de lendas, fatos, valores espirituais através de várias gerações (Dicionário Aurélio) E em parte, estão certos.

No entanto, quando olhamos para trás e vemos grandes homens do passado, que um dia semearam reais frutos ao nosso conhecimento, temos a certeza de que Tradição, a palavra, tangencia ao que percebemos dela.

No ato do grande soldado romano, que, em épocas douradas de batalhas infindáveis, ficara naquela fronteira somente por ordem do general, se passando por observador, e ao passo quase que um suicida, pelo fato de saber que tropas inimigas iriam vê-lo e não tardariam em mata-lo, mas sabia que a disciplina, a obediência eram tão maiores que o medo, a dor, o desespero, e quem sabe a saudade dos seus entes, nos faz perceber que Tradição, hoje, é apenas uma palavra... Não para eles.

Sabiam que em atos como aquele outros maiores viriam como reflexos, grandes reflexos, não apenas em batalhas físicas,  psicológicas, mas na maior delas, a da guerra consigo mesmo. E por meio de outros atos, tão simbólicos como este, a humanidade percebeu que, em meio a crise de coragem, determinação, somamos mais perdas de valores do que ganhos, mas isso não nos fez pequenos, mas grandes observadores de atos – ainda que frágeis – mas que nos laçariam para um passado que nos fez o que realmente somos – heróis, buscadores, filósofos por natureza, religiosos não temerosos a Deus, apaixonados pela vida, e reflexivos naturais da morte...

Morte... Essa tão desprezada pelo passado, mesmo porque sabíamos que jamais a venceríamos, hoje tão temerosa, que criamos argumentos físicos e falhos para detê-la, simplesmente porque não a queremos compreender. A Tradição vence novamente.

O que nos faz entender a morte é o medo, e o medo nos faz ser mais estrategista com a vida, essa ordem inteligível, que se divide entre o bem e mal, em tudo. Nos faz perceber que nos mínimos detalhes somos ao mesmo tempo parcos figurantes de um cenário divino e ao mesmo tempo únicos em dom para entender que nossa consciência pode se aproximar do sagrado.

Um sagrado que cura as ânsias, que nos faz nos aproximar mais de Deus, por meio de orações, usando como ponte nossas palavras, nossos atos remediáveis, nosso poder de paz, ainda que no meio de guerras desprezíveis...  Um sagrado que vejo, que toco, que percebo, que me transforma em fogo, em terra, respirando um ar tradicional.

Assim é a Tradição. Ela murmura com as palavras de Platão, Marco Aurélio, Cristo, e desencadeiam há milhares de anos vozes que são ouvidas apenas por aqueles que querem escutar. Não tem problema... O ideal dessas palavras não tem dono, pois se arrima na forma de cascatas, de céu azul, de um verde montanhoso, de atos simples, porém regados de magia nas mãos humanas...


Enfim.. A Tradição voa como uma ave que observa a todos, como filhos, percebendo a ordem do homem à eloquência da flor e seu perfume.  Não se pode escapar dela. Querendo ou não, andamos e reverenciamos suas asas – ainda que outro nome a ela damos – e nos resguardamos a espera que o mundo a entenda.

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