FELIZ 2015!!
Voemos de volta ao passado, nas asas da Tradição. |
Não sei por onde começar... E
isso me faz pensar em como terminar rápido esse texto, o último de 2014. Talvez
deva iniciar com a palavra Tradição. O
que vem a ser Tradição?... Nos dicionários, é apenas um substantivo feminino,
que significa o ato de transmitir ou entregar... Ou transmissão oral de lendas,
fatos, valores espirituais através de várias gerações (Dicionário Aurélio) E em
parte, estão certos.
No entanto, quando olhamos para
trás e vemos grandes homens do passado, que um dia semearam reais frutos ao
nosso conhecimento, temos a certeza de que Tradição, a palavra, tangencia ao
que percebemos dela.
No ato do grande soldado romano,
que, em épocas douradas de batalhas infindáveis, ficara naquela fronteira
somente por ordem do general, se passando por observador, e ao passo quase que
um suicida, pelo fato de saber que tropas inimigas iriam vê-lo e não tardariam
em mata-lo, mas sabia que a disciplina, a obediência eram tão maiores que o
medo, a dor, o desespero, e quem sabe a saudade dos seus entes, nos faz
perceber que Tradição, hoje, é apenas uma palavra... Não para eles.
Sabiam que em atos como aquele outros
maiores viriam como reflexos, grandes reflexos, não apenas em batalhas físicas, psicológicas, mas na maior delas, a da guerra
consigo mesmo. E por meio de outros atos, tão simbólicos como este, a
humanidade percebeu que, em meio a crise de coragem, determinação, somamos mais
perdas de valores do que ganhos, mas isso não nos fez pequenos, mas grandes observadores
de atos – ainda que frágeis – mas que nos laçariam para um passado que nos fez
o que realmente somos – heróis, buscadores, filósofos por natureza, religiosos
não temerosos a Deus, apaixonados pela vida, e reflexivos naturais da morte...
Morte... Essa tão desprezada pelo
passado, mesmo porque sabíamos que jamais a venceríamos, hoje tão temerosa, que
criamos argumentos físicos e falhos para detê-la, simplesmente porque não a
queremos compreender. A Tradição vence novamente.
O que nos faz entender a morte é
o medo, e o medo nos faz ser mais estrategista com a vida, essa ordem inteligível,
que se divide entre o bem e mal, em tudo. Nos faz perceber que nos mínimos detalhes
somos ao mesmo tempo parcos figurantes de um cenário divino e ao mesmo tempo
únicos em dom para entender que nossa consciência pode se aproximar do sagrado.
Um sagrado que cura as ânsias,
que nos faz nos aproximar mais de Deus, por meio de orações, usando como ponte
nossas palavras, nossos atos remediáveis, nosso poder de paz, ainda que no meio
de guerras desprezíveis... Um sagrado
que vejo, que toco, que percebo, que me transforma em fogo, em terra,
respirando um ar tradicional.
Assim é a Tradição. Ela murmura
com as palavras de Platão, Marco Aurélio, Cristo, e desencadeiam há milhares de
anos vozes que são ouvidas apenas por aqueles que querem escutar. Não tem
problema... O ideal dessas palavras não tem dono, pois se arrima na forma de
cascatas, de céu azul, de um verde montanhoso, de atos simples, porém regados
de magia nas mãos humanas...
Enfim.. A Tradição voa como uma
ave que observa a todos, como filhos, percebendo a ordem do homem à eloquência da
flor e seu perfume. Não se pode escapar
dela. Querendo ou não, andamos e reverenciamos suas asas – ainda que outro nome
a ela damos – e nos resguardamos a espera que o mundo a entenda.
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