segunda-feira, 25 de maio de 2015

Deuses que se Foram





Com  Deus e com os Deuses

Como é difícil andar sobre as águas como grandes do passado andaram, driblar palavras do diabo e não ficar embriagado com aquela conversa mansa, como um veludo em nossos sonhos, a prometer mundos e unos. Mais difícil ainda é ressuscitar depois de ser crucificado, em meio a ladrões, injustamente.

E quando nos deparamos com nossos amigos, nossos irmãos e com a maioria de nossos familiares, e brigar friamente por um ideal de vida, sem que seja compreendido ou mesmo ouvido... Ver o mundo por debaixo de uma árvore, tentar ser sábio, com um pouco de paz de espírito – não muito --, erradicar o mal em nossos corações, buscando a verdade com o pouco que tem...
Como é raro...

Recolher-se em abrigos longínquos, ou com pessoas que respeitam suas ideias, entrar em contato consigo mesmo, iniciar um processo lento, gradual, porém, determinado, com vistas ao crescimento interior, ou pelo simples sentimento de paz, que nos clama tanto por debaixo dessa pele seca...

Como é raro olhar aos outros, dizer-lhes o quanto somos naturais da mesma origem, que devemos respeitar um ao outro em sinal de respeito mútuo, por um pequeno espaço de tempo, sem dor, apenas como um pequeno sorriso, caricato, que seja, apenas para iniciar uma conversa...

O Mal Humano

O mal está nos suplantando os valores, carcomendo nossas margens, como uma colher de ferro que come a sopa no frio. Bem devagar. Mas eu o vejo nos olhares, nas palavras, nos gestos, na tentativa de pensar em favor de algo, quando se corrompe pela desconfiança, pelo mal caratismo em abundância, que vence o amor, a fé, a consonância com o próximo...

Está cada vez mais difícil nascer, pois nos procuram para nos assassinar de dia, ou na noite escura, como se fôssemos a causa de indignação total das dores que os demais povos sentem. Fica mais fácil, assim, mesmo porque a culpa é sempre do próximo, e do outro, e assim por diante, pelas lhanuras do homem incrédulo, sem pai, sem religião, sem a prática ancestral das orações – as quais, no passado, eram mais que isso, eram religações ao s deuses, aos grandes espíritos ocultos que deram origem ao maior mistério da vida: a própria vida.

O Fundo do Poço

Um dia me disseram que o “o fundo do poço não se pode reconhecer, por isso não sabemos quando dele saímos”. E eu digo, o fundo poço se esconde na alma do homem medroso, de sua falha em ver que ele mesmo é o culpado pelas mazelas que ele mesmo sente, tem e sofre.. O próprio homem, em nome dele mesmo, nunca recua aos seus projetos pífios, mas ancora em terras alheias, acreditando que realizou seus sonhos...


O próprio homem desconsidera a própria história, que resguarda a verdade acerca de si mesmo, pois não o interessa seguir algo que fala de si, como um espelho o acusando dos seus defeitos. Então, desfaz o espelho, e quebra-o, também quebrando o de várias gerações. Realmente, o fundo do poço é irreconhecível.


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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....