Não adianta mesmo. Nem diante das provas cabais que nos culpam claramente pelo que fizemos, não somos sinceros em dizer... "Fui eu". Sempre encontramos alguém ou alguma coisa para levar a culpa, seja da casca de banana encontrada na porta, que foi objeto de queda do pai ou da mãe, do irmão ou sobrinho; seja do carro que estava na nossa frente, e quando freou teve a lataria amassada; e mais, do cofrinho nosso de cada dia, no qual tínhamos economizado desde sempre, mas agora não tem nem mesmo aquela moeda de vinte e cinco centavos, que com outra daria os famigerados cinquenta! E assim por diante...
Em cenários maiores, também nos desviamos de tudo, o que nos demonstra a falta de maturidade e respeito que tanto recebemos desde pequeno, mas que, graças ao modo como tratamos e cultivamos nossos legados, negamos até mesmo o nome de batismo, se a coisa nos cai como avalanche.
Isso tudo parece ser parte de um teatro no qual nascemos com valores os quais determinamos com o intuito de nortear nossos princípios, fortalecê-los, e trazer à tona, na prática, o que precisamos demonstrar a futuras gerações -- mas falhamos. Na hora agá, sentimos medo, pavor, terror e todas as coisas inerentes ao homem, que um dia fugiu da realidade e não volta mais.
Hoje, no campo político, ao contrário do passado no qual nos mostrou somente homens valorosos, do quais até então com eles aprendemos em livros de filosofia, história entre outros, o que passeia em nossa mente é o que temos de pior quando pronunciamos a palavra Política, pois nos traz lembranças revitalizadas de uma modernidade na qual se aprendeu a não se responsabilizar pelo que se faz nesse campo. Ouve-se desde 1960 parlamentares a dizer "não tenho nada com isso", "Não fui eu, e pretendo mostrar isso nos autos, depois de lê-los!" -- por mais claro que sua culpa seja clara quanto um riacho não descoberto! E a mais interessante é a "É do meu amigo... Não é meu".
No campo político é drástico nos acostumar, mas há um, no religioso, que, sempre, pronunciamos e não abrimos mão... é a "É coisa do inimigo!!" -- inimigo leia-se o anjo caído, o Diadorim, o demônio não socrático, o Coisa Ruim, etc. Em todas as vezes que se é pronunciado por alguém que se encontra em terreno sutil, como o do religioso, como eu disse, pode crer que é alguém tentando se desviar de sua culpa, e colocar culpa do outro...
Irrelevando tais agruras psicológicas e mentais, passamos a perceber que um dia tudo cansa, e que um dia temos que nos dizer a nós mesmos que somos o culpado por outras agruras, a do meio ambiente, da educação, da má política, da má religião, da extinção dos belos animais, da má compreensão do próprio parceiro e ou parceira, dos filhos, da família e por fim de nós mesmos. O primeiro passo é descobrir que pelo simples gesto do pensar já somos responsáveis pelo céu e pelo inferno que nos ronda.
Abraços, parceiros.
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