Um átomo que atinge seu apogeu de forma concreta dentro do espaço não possui a vontade, nem delibera a favor ou contra aquilo que encontra pela frente, simplesmente nasce, se expande e se transforma, assim como tudo que é matéria. Uma estrela é uma estrela, por exemplo, mas a depender das circunstâncias podemos chamá-la de átomo, dentro de um infinito que cresce e evolui. Até mesmo o nosso Sistema Solar pode ser chamado de átomo.
A questão é que somos humanos, somos dotados da capacidade de sair de nossa condição de átomo, reduzidos pelo nevoeiro da ignorância e crescer, aparecer, tomar lugar em nosso tempo. Podemos ser a estrela real que brilha mais que outras ou mesmo a pequena brilhante que desaparece entre outras. Podemos ser o que queremos.
Contudo, o que nos inclina a ser o que não somos é a vaidade e a vontade mal direcionada. Assim nos perdemos em torno de espaços dentro dos quais não nascemos para crescer ou nele morrer. Somos humanos, e isso basta. Não precisamos querer ser o que não somos, buscar referenciais aleatórios somente porque querem que o façamos. Nietzsche dizia que precisamos nos olhar ao espelho interno e encontrar o deus que nos torna livres do deus inventado. Creio nisso também.
Entretanto, o deus que criaram ainda é mais forte que nossa vontade que se educou pelos vigias de uma imensa igreja, que não nos deixa sair dela tão fácil. A própria Bíblia diz Deus está em todos os templos! Haja vista que a palavra templos, aqui, se refere a nós, não ao externo, frio, decalcado e mentiroso, criado pela imaginação do homem moderno, o qual estanca os valores do passado, quando esquece que os templos clássicos eram tão sagrados quanto os de hoje, pois eram voltados à Natureza Cósmica, não ao homem e seus interesses.
Não precisamos refletir muito acerca do que vemos nos espelho -- senão cairemos em prantos! -- mas no que se resguarda dentro de nós, no real espaço que foi feito para orar, buscar e sintetizar o que podemos fazer daqui pra frente. Assim... A matéria se vê solitária e vai fazer o possível, em sinal de birras, para tirar-nos do sério, da realidade que nos aguarda há milênios.
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