terça-feira, 15 de setembro de 2020

Meta Física. Equilíbrio Distante

 O "Equilíbrio é distante", como diria aquela música; mas sabemos os passos a dar em direção a esse equilíbrio. Não somente na balança física, com o espiritual -- que seria, na realidade, entre a matéria visível e a invisível, ou como diria Platão, "ao sensível e o inteligível", mas principalmente aquela balança imaginária em tudo que tocamos, fazemos, falamos, como que uma maldição. Mas não é. É um presente divino para o crescimento humano.

A maior das balanças, a da Justiça, que singra a consciência humana como um homem sozinho em um deserto infindável, norteia os idealistas, os filósofos, e quem sabe a humanidade. O que nos preocupa, no entanto, é a reflexão que se faz em torno desse equilíbrio, que, assim como tudo em que tocamos, pode vir a ser útil ou inútil aos nossos fins.

Isso é notório, é claro, e ao mesmo tempo dantesco, mesmo porque não há soluções rápidas e viáveis que nos possa dizer o quanto devemos caminhar ou parar. É um grande mistério. Me sinto, aqui, como uma astronauta que fora ao espaço buscar o significado de uma estrela, e dentro daquele grande escuro me perdi, e me esqueci do astro, e agora flutuo no manto negro do universo.

É por isso que as vozes dos mestres devem ser nossas vozes, suas palavras, nossas palavras, seu amor, sua dedicação, quem sabe, nossas diretrizes. Não há outra forma de crescer, ou mesmo viver. Se não temos mestres (ou alguém que nos direcione), o mundo seleciona para nós, e nos atormenta até que comecemos a adorar aquela figura, dentro do que nos expuseram como heróis, mestres, enfim, aquele que na verdade foi declarado dono de sua vida.

Não descarto os papas, padres, pastores, bispos 'universais' como mestres ilusórios, mas também não faço mal jus ao que alguns o são. Há uma necessidade de haver tais homens, mesmo porque estes, um dia, foram mestres no quesito sabedoria. Esta, no entanto, confundida, atualmente, como meras informações aprofundadas em livros religiosos, até mesmo clássicos, no sentido arcaico, desparece e aparece no fim do túnel como meras luzes mentirosas a indivíduos necessitados.

Buscar a sabedoria, hoje, é saber lidar com os valores, levá-los ao extremo de seu ser, e fazê-la de montanha em sua alma. Não esquecendo de subir um pouco, todos os dias, em pequenos e significantes atos, os quais possam sintonizar com o sagrado, com Deus, consigo mesmo.


Até.

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