quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Tudo em Mim

Não posso deixar que o pássaro voe sem mim

Que as árvores nasçam e deem frutos, sem mim.

Não posso deixar que as águas se turvem ante às pedras,

Que tais pedras não descansem, sem mim.

 

Não posso encostar a cabeça nas folhas secas,

Dormir ao som da lua,

Acordar ante ao majestoso esférico,

Estratosférico sagrado sol,

Sem que haja amor ao redor, sem mim

 

Não posso deixar o verde da planta ir embora,

Dando lugar à seca sabedoria antes de mim,

Do alaranjado alvorada na aurora,

Vou me embora, ah se vou, sem ti

 

Não há nada que passe sem mim,

Sem o crivo da minha alma,

Dos desejos livres do afeto,

Pois não há nada sem mim.

 

Se o corpo delgado daquele ser se vai

Enrustido nas penas esbranquiçadas,

Macias e ao passo assoladas,

Não há leveza nele sem mim...

 

Se leva o capim ao filho,

Dribla o cão a pegar o milho,

Desfaz a rota a enganar o humano,

Insano, devia sorrir pra mim...

 

Não posso deixa-lo partir.

Seus meigos olhos de ave,

Alusivos ao amor do mundo,

Me faz vagabundo, mas não imundo,

Pois minha alma limpa se desfez do mal

Até aqui.

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