quarta-feira, 2 de março de 2016

A Prova Maior




Como diria um grande professor meu “estamos sempre entre o céu e o inferno”, o que em linguajem clássica significa estar entre a personalidade e seu Eu superior: no Antacarana; fio, ponte invisível, inquebrantável, inimaginável sobre a qual temos que passar, mas, antes, nela acreditar.

Não adianta nos referirmos à mente, à consciência, ao eu superior, e à personalidade, sem que acreditemos nessa ponte natural que temos que atravessar. Se não, a própria vida nos oferece seus mistérios, diante dos quais, com ou sem ferramentas, o próprio individuo tem que passar.

Nas provas iniciáticas, sejam elas em qualquer nível, talvez a maior prova seja aquela na qual o iniciante deve provar aos deuses que superou a personalidade. Aqui, muitas provas lhe são dadas, muitas formas de incitações aos seus desejos serão elencadas, de forma que ele, o discípulo, preparado, deverá, assim como um apóstolo cristão, andar sobre as águas, como um buda, serão lhe oferecidas formas de presentes ao lado da árvore da sabedoria, ou  mesmo como um Cristo, que foi aos montes e a ele foi-lhe oferecido o mundo..

As provas são diversas, mas todas elas são testes para atravessar a ponte Antacarana, sentir o Eu superior, e mudar o rumo de sua vida. O mestre, como preparador do candidato, do discípulo, dar-lhe-á a mão, ou mesmo o cajado na hora certa, em meio à prova. Ele, o grande mestre, será como um foco de luz interior, que brilhará tão forte quanto aos desejos à própria matéria.

E nós, seres mortais?

Se buscamos atravessar nossa ponte, em nosso nível, haverá provas pequenas, mas que soarão como se fossem de nível tão extraordinário quanto a de um discípulo. Não adianta ser católico, testemunhas de Jeová, aluno de primeiro ou segundo grau, ignorante, radical ou um mero expectador da vida: a ponte se mostrará na mesma oportunidade em que ele se predispor a buscar atravessá-la.

Aqui, cada um terá sua visão, e vai nomeá-la (rotulá-la), e se encantará ou morrerá de medo quando vir alguma das formas mentais que lhe são oferecidas pelo mestre oculto. Tal mestre, por ser oculto, faz com que pessoas indiquem o nome, assim como o fazem em grupos com experiências idênticas.

Não por isso deixarão de passar, ou tentar; serão alunos, não discípulos, pois voltarão à personalidade, traduzirão suas eloquentes provas em únicas, e serão seres únicos, escolhidos, nomeados por uma entidade superior.

Mal sabem que temos que passar por determinadas provas, pois somos humanos, e temos o dom da evolução, ainda que não percebemos, somos seres que precisamos transformar a matéria, fazê-la trabalhar para nós, não ao contrário. Precisamos identificar o que é da personalidade e o que é do Eu superior, se não jamais sairemos do sofá acreditando que estamos em um filme maravilhoso.

Temos que abraçar, aos poucos, as provas que a vida nos oferece, porque haverá uma maior com objetivo de nos testar em relação ao que somos e ao que seremos, antes e depois da ponte.

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