Como diria um grande professor
meu “estamos sempre entre o céu e o inferno”, o que em linguajem clássica
significa estar entre a personalidade e seu Eu superior: no Antacarana; fio,
ponte invisível, inquebrantável, inimaginável sobre a qual temos que passar, mas,
antes, nela acreditar.
Não adianta nos referirmos à
mente, à consciência, ao eu superior, e à personalidade, sem que acreditemos
nessa ponte natural que temos que atravessar. Se não, a própria vida nos
oferece seus mistérios, diante dos quais, com ou sem ferramentas, o próprio
individuo tem que passar.
Nas provas iniciáticas, sejam
elas em qualquer nível, talvez a maior prova seja aquela na qual o iniciante
deve provar aos deuses que superou a personalidade. Aqui, muitas provas lhe são
dadas, muitas formas de incitações aos seus desejos serão elencadas, de forma
que ele, o discípulo, preparado, deverá, assim como um apóstolo cristão, andar
sobre as águas, como um buda, serão lhe oferecidas formas de presentes ao lado
da árvore da sabedoria, ou mesmo como um
Cristo, que foi aos montes e a ele foi-lhe oferecido o mundo..
As provas são diversas, mas todas
elas são testes para atravessar a ponte Antacarana, sentir o Eu superior, e
mudar o rumo de sua vida. O mestre, como preparador do candidato, do discípulo,
dar-lhe-á a mão, ou mesmo o cajado na hora certa, em meio à prova. Ele, o
grande mestre, será como um foco de luz interior, que brilhará tão forte quanto
aos desejos à própria matéria.
E nós, seres mortais?
Se buscamos atravessar nossa
ponte, em nosso nível, haverá provas pequenas, mas que soarão como se fossem de
nível tão extraordinário quanto a de um discípulo. Não adianta ser católico,
testemunhas de Jeová, aluno de primeiro ou segundo grau, ignorante, radical ou
um mero expectador da vida: a ponte se mostrará na mesma oportunidade em que
ele se predispor a buscar atravessá-la.
Aqui, cada um terá sua visão, e
vai nomeá-la (rotulá-la), e se encantará ou morrerá de medo quando vir alguma
das formas mentais que lhe são oferecidas pelo mestre oculto. Tal mestre, por
ser oculto, faz com que pessoas indiquem o nome, assim como o fazem em grupos
com experiências idênticas.
Não por isso deixarão de passar,
ou tentar; serão alunos, não discípulos, pois voltarão à personalidade,
traduzirão suas eloquentes provas em únicas, e serão seres únicos, escolhidos,
nomeados por uma entidade superior.
Mal sabem que temos que passar
por determinadas provas, pois somos humanos, e temos o dom da evolução, ainda
que não percebemos, somos seres que precisamos transformar a matéria, fazê-la
trabalhar para nós, não ao contrário. Precisamos identificar o que é da
personalidade e o que é do Eu superior, se não jamais sairemos do sofá
acreditando que estamos em um filme maravilhoso.
Temos que abraçar, aos poucos, as
provas que a vida nos oferece, porque haverá uma maior com objetivo de nos
testar em relação ao que somos e ao que seremos, antes e depois da ponte.
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