segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Felicidade: Uma Deusa Complexa



Não sei o que é ser feliz, mas deve ser um dos melhores sentimentos do mundo. Talvez indizível. Talvez uma brisa a bater na alma sem impedimentos, sem barreiras, cargas pesadas, com muita paz. Esta então nem se fala. De tão complexa e difícil de entender, que por si só já se torna perfeita em seu conceito, já dizia um careca indiano, cuja alma era maior do que todos da sua época.

Felicidade talvez seja uma canção maravilhosa – como Noturnos, de Chopin, ou Lacrimosa, de Mozart, embriagando nossos ouvidos o dia todo. Imagina só: com cara de bobo o dia todo, a sorrir até mesmo para as placas de indicação urbanas, às paradas de ônibus, às pessoas que acabam de acordar, com seus rostos murchos, frios, e você, feliz.

Não é assim...

Felicidade é respirar fundo, entender a pessoa humana em seu sentido mais interno, saber que, mesmo que aquela alma não carrega os mesmos ares de benevolência e paixão à vida, mesmo que a incongruência vital exista independente das opiniões harmônicas ou não, mesmo que o escuro surja na vida de alguns e que seu sol nada mais é que um pequeno vagalume, o mais sincero curso a se tomar é a felicidade...

Não confundamos a inexistência de leis para ser feliz. As leis nada mais são que cortinas naturais que nos fazem abri-las e sentir que há outras a serem abertas, e quando descobrimos que cada ar que respiramos após sua abertura é uma realidade a ser ingerida, jamais seremos os mesmo – seremos felizes, com todas as leis possíveis.

A desvinculação de leis externas que nos fazem de certo modo restritos, acredito, são realidades por que devemos passar, no entanto, somente para fins de teste, não com fins vitalícios; e isso, a depender da cultura em que vivemos, é uma lei. É preciso passar pela não-lei; é preciso ver por trás das cortinas que somos feitos de harmônicas e bem estruturadas formas de psicologias etérias ou não; emotivas; astrais; tão impressionantes quanto o mais bem construído computador jamais existente.

E nessas pequenas estruturas, nada salientes, mas perceptíveis, acostumá-las ao mais crivo e forçoso ideal da lei que rege as outras estruturas, em qualquer nível. Não tem como ser diferente. E isso, quando realidade, desfaz a importância externa e partimos para algo mais sutil, agradável, e fora do alcance dos incrédulos, pois, se o são, direcionam o fator personalidade a outro meio mais ardoroso; porém, assim como todas as leis o pedem, é preciso que a inconsciência se faça antes da consciência...

Tudo conjecturas baseadas em premissas passadas, resguardadas pelos mestres, dos quais retiramos o mais suave aprendizado teórico, e o mais ardoroso dos práticos ensinamentos. Conjecturas que apreciamos ao ouvir o pássaro no telhado a namorar sua bela esposa, com cantadas que nos fazem seres diminutos em relação à nossa parceira, àquela que juramos amor, sem mesmo ter cantado uma música sequer com nossos corações apaixonados.
Na realidade, eu só queria ouvir minha música, meu grande compositor, meu mestre. Queria descer as escadas feliz, assoviando eternamente até que aprendam como se faz para ser feliz. Espalhar esse amor complexo e não ter que ensinar a ninguém, mas transmitir por meio do meu corpo, astral, intuição...alma, tudo aos mais tristes e belos humanos, nos quais a felicidade burla como larvas de vulcões e se faz de fria, até que um dia... Abraçamos, sorrimos, corremos e amamos qualquer um. Qualquer um mesmo.

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