...Depois daquelas explicações a respeito do meu cão, nunca mais as esqueci. Por volta de uma hora ouvi tudo sobre os cães pastores, sendo suas manias, seus modos, brincadeiras, crescimento, além do que come ou não come -- o que na realidade se contrapõe com o que se pode comer, ou seja, o próprio cachorro faz sua tabela nutricional, deixando claro que, até mesmo sua vontade, instintos são direcionados também à comida.
Falcão comia de tudo! Contudo eu tinha que desviá-lo do tudo e levá-lo somente à ração, caríssima, a qual geralmente faltava em pequenas Pets, ou grandes, mas eu tinha que encontrar porque, segundo o ex-dono, se eu quisesse manter o cachorro, o pê-lo do cachorro, ou mesmo a latido do cachorro, teria que gastar com rações "tops"!
Minha irmã, que mora perto de minha residência, morria de rir, dizendo que iria dar ao meu dog arroz, feijão, cuscuz (mingau de milho), junto com rações normais -- daquelas que não precisam nem olhar quando se está comprando. E eu, com meu olhar quase canino, já deixava bem claro que não era um vira-lata que estava sendo alimentado -- em referência aos cachorros dela, que, apesar de serem de raça (um Chow e um Cock Spender), eram mais cobaias do que cães.
Mas ela tinha razão numa coisa, era preciso saber lidar com ele, com a raça pastor, caso contrário, eu também iria alimentá-lo com mingau, e isso eu não queria. Mas não deixei a peteca cair, ainda que nosso meio (social) não era tão benevolente para a criação de cães daquele porte,
Mais tarde, ele foi crescendo, e pude retirá-lo do casulo (área de serviço), e o levei para um local que já era dele antes mesmo de chegar. Um corredor pequeno, com chão a cimento batido, sem proteção interna, e que só um portão o separava dos demais (esse portão tem mais histórias que esse cachorro...). Mas pude ver que ele se sentia já independente, mas sozinho, sem os carinhos do meu filho, e longe dos berros de minha esposa -- talvez por isso a mudança precoce.
A vida dele, a partir dali, se tornou um céu para ele, e para nós... não.
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