(alguns termos estao sem acento; e preciso tomar cuidado)
UM DIA um professor nos disse “o mais importante da vida é nos lembrar da morte”. Não conseguimos. Pensamos que somos aquele guerreiro que um dia descobriu que era imortal – viveria, para sempre, todas as épocas, como se fosse uma maldição divina em seu rastro, pois não poderia se casar, ter filhos, amar...
Assim pensamos. Queriamos a todo custo ser abençoados por essa maldição. Viver eternamente. Assim, confesso, é a nossa educação. E não acreditamos que a morte nos vem sorrateiramente, em forma de dores, cabelos brancos, rugas... Nos revelando que o corpo físico – esse ser com o qual nos identificamos – morre como palha ao fogo. O fogo da vida.
Antes, na tradição, havia a filosofia da vida que incluía a morte como adjunta àquela; temos vários filósofos de épocas diferentes – temos heróis do passado e alguns do presente – que se foram com mensagens clássicas, nas quais a própria morte aparece como uma continuação natural da vida; contudo, o aprendizado deles não nos vem como algo sério, tanto que não aceitamos a maldita – como é conhecida – quando nos visita o corpo e nos leva a alma.
No enterro, tão frio, choramos a ida da pessoa amada ou não. Aqui, vários questionamentos nos aparecem com a finalidade de buscarmos a verdade daquele ritual, mas não o fazemos. E, quando o fazemos, o queremos de imediato, como se fosse fácil, natural, mas não é. Pelo menos para os ocidentais de hoje que se complicam, todos os dias, em uma vida enraizada de materialismos.
Claro que, até mesmo para os grandes homens, a certeza da morte só estava perto depois que a própria já rosnava em seu pescoço, pois o pensamento, por mais filosófico que fosse, ainda teria que se debruçar perante a realidade do pós-morten.
UM DIA um professor nos disse “o mais importante da vida é nos lembrar da morte”. Não conseguimos. Pensamos que somos aquele guerreiro que um dia descobriu que era imortal – viveria, para sempre, todas as épocas, como se fosse uma maldição divina em seu rastro, pois não poderia se casar, ter filhos, amar...
Assim pensamos. Queriamos a todo custo ser abençoados por essa maldição. Viver eternamente. Assim, confesso, é a nossa educação. E não acreditamos que a morte nos vem sorrateiramente, em forma de dores, cabelos brancos, rugas... Nos revelando que o corpo físico – esse ser com o qual nos identificamos – morre como palha ao fogo. O fogo da vida.
Antes, na tradição, havia a filosofia da vida que incluía a morte como adjunta àquela; temos vários filósofos de épocas diferentes – temos heróis do passado e alguns do presente – que se foram com mensagens clássicas, nas quais a própria morte aparece como uma continuação natural da vida; contudo, o aprendizado deles não nos vem como algo sério, tanto que não aceitamos a maldita – como é conhecida – quando nos visita o corpo e nos leva a alma.
No enterro, tão frio, choramos a ida da pessoa amada ou não. Aqui, vários questionamentos nos aparecem com a finalidade de buscarmos a verdade daquele ritual, mas não o fazemos. E, quando o fazemos, o queremos de imediato, como se fosse fácil, natural, mas não é. Pelo menos para os ocidentais de hoje que se complicam, todos os dias, em uma vida enraizada de materialismos.
Claro que, até mesmo para os grandes homens, a certeza da morte só estava perto depois que a própria já rosnava em seu pescoço, pois o pensamento, por mais filosófico que fosse, ainda teria que se debruçar perante a realidade do pós-morten.
Apenas alguns – repito – alguns tiveram essa oportunidade. Entre eles, segundo a história, o mestre filosofo Sócrates e Cristo, que viram a realidade da continuação da vida antes do último suspiro. Os outros, talvez, pelas convicções que estes deixaram.
Hoje, depois de dois mil anos, as convicções não beiram nem mesmo o mínimo das de ontem – dos reais discípulos que um dia viveram com os mestres --, mesmo porque fica difícil acreditar em suas realidades, em suas filosofias, em suas vidas tão magníficas. Não temos homens mais com esse porte.
Entretanto, tivemos muitos depois de Sócrates e Cristo, que, na tentativa de elucidar o mistério da morte, não tiveram medo, e viram com os olhos do espírito a leveza do outro lado. E depois deles, outros vieram, mas ai a realidade daquelas convicções já não era mais a mesma – como se se perdessem um tesouro depois de carregá-lo durante muito tempo no deserto, contudo, o pouco que sobrou se desvirtua em mãos erradas.
Mesmo com todas as provas, não temos a certeza da morte. É preciso que nos roce o pescoço. E preciso que as goteiras do telhado nos pingue; é preciso que a luz se apague, que o banheiro acabe a água quente, é preciso que o mais amado de nossa raça se vá; que humanidade, sociedade, grupo, família... se vam para que sejamos mais humanos, para que preservemos nossas almas, para que amemos mais, para que a lua e sol, o mar, a terra em que plantamos, que o terremoto nos atinja... enfim, para que tenhamos que saber viver novamente dentro dos princípios pelos quais sempre vivemos.
Tudo isso porque não é a morte que nos faz mais humanos, mas o medo do mistério que vem depois dela. Em cima disso, a tradição trabalhou e nos legou a realidade que esta em nossas vistas. Uma realidade que fora desvirtuada com o tempo, mas que ainda sim balança ao som dos ventos como arvores em tempo de brisa forte; uma realidade que nasce e morre todos os dias em forma de luminosidade, em forma de um pequeno sono na noite e nos revigora pela manhã... Assim seria a morte.
Dessa realidade, correm os mais arcaicos pensamentos vindos de uma idade negra que afundou o pensamento filosófico em relação à morte. Pensamentos esses que se tornaram uma cortina negra – ou mesmo uma grande caverna – responsável pelas varias religiões suicidas ou mesmo políticas com as quais nos deparamos atualmente.
Por essas e outras, é preciso que essa cortina seja retirada urgentemente de nossas visões, de maneira que sejamos menos medrosos com a morte e que a recebamos de maneira natural, sem a dor que nos colocaram, ao mesmo tempo sempre com o espírito de buscar a verdade por trás desse grande ser misterioso...
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