sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tolo Guerreiro


Se me abre uma ferida na alma,

Choro quão criança em teu colo

Que me adormece, que me acalma,

Faz-me subir ao céu com pés no solo.


Como penso em ti, criatura!

Não há outro pensamento,

Apenas teu corpo em contento,

Sob o meu manto de ternura...


Parece-me uma música

Seguida de pranto,

Da qual tiro meu sustento,

A cada palavra que canto...


Mas teu corpo baila a terceiros,

A revelar sua intimidade...

Deixa-me mudo e frio,

A querer a mortandade...


Cria meios de vaidade da vida,

Sem degraus, sem nexo,

Sem querer se vandaliza,

Na mente dos caçadores de sexo,


Mas meu amor por ti me edifica,

Traz-me forças a ti exaltar,

Retira-te teu nome do mundo,

Eleva-te a outro altar...


Teu amor cria a vida, dá-me norte,

Não te vulgariza, dá-lhe brisa,

Teu amor traz-me vida,

Não busca a morte...


E dele sobrevivo como

[ aventureiro,

Escalando montanhas,

Desfazendo entranhas,

Como um obreiro...


Nada, porém, faz-te acreditar,

Que em meus sonhos sinto dor,

Ao ver-te ao olhar de terceiros,

Contaminando o teu amor...



Contudo, brigo pelo amor sem ninho.

Isso me faz um tolo guerreiro,

Cuja força peço a Deus que acabe,

E me torne um homem sem caminho...

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