Se me abre uma ferida na alma,
Choro quão criança em teu colo
Que me adormece, que me acalma,
Faz-me subir ao céu com pés no solo.
Como penso em ti, criatura!
Não há outro pensamento,
Apenas teu corpo em contento,
Sob o meu manto de ternura...
Parece-me uma música
Seguida de pranto,
Da qual tiro meu sustento,
A cada palavra que canto...
Mas teu corpo baila a terceiros,
A revelar sua intimidade...
Deixa-me mudo e frio,
A querer a mortandade...
Cria meios de vaidade da vida,
Sem degraus, sem nexo,
Sem querer se vandaliza,
Na mente dos caçadores de sexo,
Mas meu amor por ti me edifica,
Traz-me forças a ti exaltar,
Retira-te teu nome do mundo,
Eleva-te a outro altar...
Teu amor cria a vida, dá-me norte,
Não te vulgariza, dá-lhe brisa,
Teu amor traz-me vida,
Não busca a morte...
E dele sobrevivo como
[ aventureiro,
Escalando montanhas,
Desfazendo entranhas,
Como um obreiro...
Nada, porém, faz-te acreditar,
Que em meus sonhos sinto dor,
Ao ver-te ao olhar de terceiros,
Contaminando o teu amor...
Contudo, brigo pelo amor sem ninho.
Isso me faz um tolo guerreiro,
Cuja força peço a Deus que acabe,
E me torne um homem sem caminho...
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