terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Jornada Insana






"É preciso coragem para revelar o que velamos."





Meu  beijo,
Em teu beijo,
Com sobejo à míngua,
Corre solto
Em teu corpo
Maduro,
E eu, tão puro, a levar minha
Língua
Ao som de um quarto
Escuro...

Teu nome
Em meu nome
Devora ateu
Tua ânsia, tua alma,
Tão mansa,
Em um mundo sem véu,
Tão preso à tua anca;
Leva-te meu doce,
Meu conto,
Meu canto lírico,
Meu mel, minha crônica...

Desafio a gravidade,
E, sem maldade,
Percorro, nas vias,
Tuas ruas vazias, vadias,
 E eu, vadio, a suar.

Não fui santo em te amar,
Éramos caracóis presos ao vicio,
Desde o inicio,
Solitários humanos,
Quiçá mais insanos,
Sem mundos a governar.

E o cansaço do medo
Desatou-me segredo,
Fez-me ao céu meditar,

Deu-me o espaço somente,
Tu, como estrela presente,
Com voz presa ao desejo,
Deu-me último beijo,
Deu-me o derradeiro respirar...!

Morri num espaço sem cor,
Num universo sem verso,
Desafiando leis íntimas da vida,
Mergulhando em rios de amor

Sem regresso.

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