sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Simples






A rua sozinha,
O chegar do vento,
O espalhar das pedras.
A brisa que de sobremaneira
Aquece a madrugada;
O acender  das velas;
Amada.

A nuvem teimosa,
A luz gigante de uma lua,
O mover-se das ondas.
O rosnar de um cão,
O caminhar do homem,
O poder de um não.

O farfalhar das asas
De uma borboleta
Que não dorme.
A escuridão que não dói.

O brotar de uma palavra,
A ideia que acorda,
A mente que desperta,
A alma que dança,
O sol que vem tímido...
A esperança me corrói.

Alaranjado, o céu é majestoso;
Formas abstratas,
Coloridas, expansivas...
Olhos efusivos,
Pássaros que acordam.

Teclas na saudade,
Música que não veio,
Orquestra do silêncio,
Harmonia dos céus,
Fúria das árvores,
Sonho interrompido.
E abelha mestra
A espera do mel.

  
Mãe que acorda,
Filhos que sonham,
Pai que trabalha,
Família.

Água que pinga,
Cachoeira que nasce,
Sombras que vêm,
Sombras que vão,
Fruto que cai.
Armadilha.

Terra que edifica
O homem que planta.
Livro que edifica
O homem que sabe.

Letras que somam,
Sílabas que unem,
Palavras que nascem,
Textos que matam.

Vermes no corpo,
Alma que se foi sem dor,
Vidas que renascem,
Paz que se revela.
Amor .









À mãe eterna.


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