terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A Capa da Tolerância

 "Quando se falar em liberdade de expressão, temos que levar em conta a realidade humana" (Papa Francisco)


Não só o pontífice, mas a maioria refletiu acerca da liberdade de expressão ocidental, nesses dias em que o terror deu suas caras, mais uma vez, em um país cuja democracia, em pleno gozo, se debruça com todos os seus valores, ou como diria os mais defensores do sistema, dentro do âmbito que adquiriu há milênios, sob luta e muita carnificina...

Direitos que, a meu ver, deveriam ser revistos e expressos de modo que pessoas inocentes ser relevadas, não esquecidas, mesmo porque são as primeiras a sofrer quando atentados como o que aconteceu em Paris ocorreram.

Sempre deixando claro que não somos a favor de nenhum terrorismo, de qualquer forma ou modo. Somos a favor de valores que antecedem a anarquia sob a forma de poderes que se dizem corretos -- dentro da visão livre de seus criadores. O terrorismo conhece a liberdade ocidental, que, querendo ou não, gera o terror por si mesma, dando formas de violência dentro de seu conceito -- isto é, a fazer o bem entender, com quem quiser, a difamar qualquer pessoa, sociedade, religião, país, em nome de uma educação criada fora dos preceitos tradicionais, dentro dos quais a palavra Liberdade nada mais era o seguimento de uma Lei.

Ah, se pudéssemos seguir tais preceitos de uma tradição conhecedora do real humano, mas fomos mortos com avalanches frias de princípios modernos, nos quais o próprio homem revela-se vítima e vilão de si mesmo. 

Os exemplos em vários países de uma comunicação global, sem interferência, sem reflexão, traz uma outra forma de liberdade que estanca a conjugação de valores que há muito tempo praticava-se a céu aberto numa Grécia dourada, na qual, em uma praça lotada de cidadãos atenienses, assumiam o compromisso de mudar o mundo com conversações a respeito do sistema, acerca de uma Justiça que não se limitava apenas ao homem, mas chagava ao Todo, e além dele! 

Abria-se, na grande praça, questionamentos de alto nível, sem teclas ou fones nas mãos, e digladiavam-se belamente em torno de assuntos que, hoje, nem se quer chegamos às margens.. É uma pena. E quando se falava em Liberdade, esse simplório valor, de tão único, calavam-se, pois sabiam que tratava-se de um dos mais divinos, porque falava um pouco de Deus.

O grego, em seu grande teatro vital, demonstrava que nada era por acaso, que em todas as esferas, terrestres e celestes, havia uma Lei, esta devia ser respeitada pois nela encontrava-se um pouco das origens de tudo, e do Tudo ela nasceu. E dando formas de vida, transformando, elevando-se criando... A Liberdade vinha em forma semântica, indagada pelos grandes físicos de ontem e de hoje, revelando a mestra de nossas dúvidas... A Liberdade respeitava os valores humanos, seus comportamentos, e sua cultura.

Todavia, em nome de sistemas que foram criados, em nome de homens que sintetizaram seus desejos em forma macro, tiveram que modificar as palavras e seus conceitos, as leis em prol de capitalismos e idealismos falsos, a criar heróis em falência, modificando gerações com sua nova...Liberdade.


O respeito aos valores universais, depois disso, se tornou o respeito ao próprio homem que nada sabe ou ao sistema que acredita saber tudo, ao contrário dos gregos que sabiam tudo e mesmo assim diziam... "Só sei que nada sei".. Uma lição de humildade.

Por outro lado, um grupo de xiitas, homens (ou grupos) com os quais não se dialogam, tenta reverter as leis, em seu favor, sob as asas de homens que um dia se julgaram heróis de causas impossíveis, porém acreditam, assim é o xiita, que quanto mais mortes em função de seus ideais melhor. 

Mas que ideais? Mesmo que fosse ideologia, uma palavra que poderia se levar a sério, teríamos que rever seus conceitos, simplesmente porque não acredito que, para se criar algo, torná-lo grande, em nome do bem geral de uma sociedade, não seria necessária a morte de pessoas inconscientes em relação à causa.

Quando trazemos à tona o conceito ideologia, tentamos não traduzi-lo em prol de um louco ou de um xiita, mesmo porque não são referências, seja politica, religiosa, social ou filosoficamente, e sim apenas infratores de ideias sobre as quais não conseguem dialogar.

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