quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Mão e Luva. A Fisíca e a Religião.

E os questionamentos continuam... Agora, em razão da falta de credibilidade nas instituições, não só, mas também por várias descobertas físicas, e pelo reducionismo acelerado religioso em relação às causas mais nobres, uma gama de racionalistas se convertem em ateus, ou aqueles que não acreditam em Deus...
 
Mal sabem que fazem parte de um grupo tão milenar quanto à questão suscitada. Tudo pelo simples fato de a Física correr em paralelo ao que chamamos Religião... E mais, conceitos adornados de razões por especialistas físicos que acreditam ser tão donos da "verdade" quanto religiosos desesperados em embutir suas convicções,  chamados terroristas.
 
Mas a Física tem  seu lado bom e fiel, não traduzindo sua verdade em restrições ou transformando-a em realidades fixas das quais nascem fiéis involuntários. Ela, a Física, atualmente, reconhece que a Matéria tem suas nuances, sua natureza simples e ao passo complexa quando nela aprofundada... Uma prova maior disso é sempre o átomo, o qual, como a menor partícula universal até então, brinca de indestrutível frente aos grandes cientistas, e por isso se rendem a ele.
 
Ao assistir a Cosmos, um excelente programa que era apresentado pelo grande Carl Seagan, percebi que explicitar a matéria é cair em ideologias semânticas, ou seja, delas pode-se perceber o quanto devemos unir a materialidade fria ao fogo da quântica não material, ou seja, a Física e a Religião, a Mão e a Luva, a asa e o pássaro, o Bem e o Mal, Deuses e Demônios...
 
A Física, ao perceber a dança imaterial dos átomos, começou a citar os grandes homens do passado, dos quais surgiram pensamentos do tipo, "conheça a ti mesmo e conhecerás o universo", ou, "Os átomos são a formação do universo (invisível)", além de induzir seu próprio pensamento, agora quântico, aos mitos clássicos.
 
Não há nada de mal nisso, mesmo porque somos simplesmente crédulos naquilo que supostamente sabemos, ou seja, até mesmo daquilo que pensamos não existir, acreditamos ser donos. Mas donos, como? Se nossas formas etérias, combinadas com a biologia, com a física, reveladas pela própria física como uma máquina tão milenar quanto às formas existentes de vidas, podem ser escravas de algo ou de alguém?
 
Nesse terreno, como sabemos, religiões atropelam mitos e reverenciam estanques simbologias, as quais singularizam a perda da razão e o inicio de uma fé baseada em premissas não decadentes da História, porém, a Física, ao descobrir seu contrário, acredita em uma realidade que pode ser a combinação dos dois fatores, físicos e religiosos.
 
Não posso, como estudante de filosofia, nomear a quem quer que seja um detentor da verdade, mesmo porque somos pobres nesse aspecto, e pelo que saibamos mais pobres do que somos atualmente, não podemos ser.
 
Primeiro, as religiões atuais desprezam realidades passadas das quais nasceu a própria Religião, aquela que um dia religava o homem com o sagrado, e que este era tudo, até mesmo seu contrário (o profano), fazia parte do todo, o que não interessa aos amos atuais em respeitar ou traduzir seja lá o que for sobre o que vem a ser sagrado e profano.
 
A Física, por outro lado, em sua semântica-quântica, como crítica natural dos pacíficos homens de fé, esbanjadora de informações racionais a respeito da não matéria, agora, mais que antes, sugere que rotulamos suas descobertas como divinas ou como braços de Deus. Não estão errados. Contudo, descartar a Religião, ou se auto-intitular "Religião Nova", seria um tanto quanto pretencioso de sua parte...
 
É certo que não há como buscar novas perspectivas no atual quadro religioso, mas, de alguma forma, é possível entender suas restrições ao novo-tradicional, suas abnegações aos símbolos, às nações primitivas que deram forma ao que temos como pouco mas simples e eterno, à História real, que deu a todos o poder de refletir sobre quem somos, para onde vamos e por quê... Isso se deve à real Religião.
 
Não há, em meio a essa 'pequena' discussão, o certo e o errado. Há sim Deus, do qual surgiu a matéria, a não matéria, a quântica (nossas reflexões), e os grandes valores que um dia descobrimos nas pequenas várzeas, nos nascimentos, no desabrochar do  tudo, na infinidade de mistérios, os quais podem ser, antes de qualquer ser descoberto pela física, um ato de coração...
 
Aqui se fundem a Física e Religião.
 

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