Muitos se questionam a respeito dos deuses que um dia fizeram parte do cotidiano de várias civilizações; questionam o porquê desse grande deus que tomou conta de nossas esferas religiosas após milênios. Questionam se estavam errados, se estavam equivocados com suas crenças e se foram castigados por isso...
Não, não estavam errados, equivocados, nem mesmo o grande deus que se formou depois é um erro. Um dia me disseram que todo processo pelo qual a humanidade passa é uma grande necessidade, assim como um motor que gera suas consequências, poluindo o meio ambiente, ou mesmo obscurecendo o pensamento humano, os sonhos humanos, ou mesmo uma realidade que tanto precisamos ver.. Há por trás de tudo isso algo que nos faz andar, trabalhar, e olhar o que somos.
Depois de repensar no que me disseram, iniciei um processo de respeito às religiões, por mais simplórios que sejam seus pensamentos em relação a Deus ou aos deuses. Pensei... Não há como frear a ignorância quando ela é instigada pelo mais frágil galho seco, nas mãos de curiosos que não sabem o que fazer quando observam mistérios, ou quando não têm meios para lidar com eles.
Fui compreensível, mas também não fui e não sou santo, muito menos sábio. Há horas em que minha (nossa) paciência se converte em sombras e não consigo enxergar nada. Natural. Contudo, quando em silêncio fico, tento observar o ontem e fabricar um hoje melhor, o que talvez me faça um pouco melhor todos os dias em relação às religiões, às políticas, às pessoas e a mim mesmo, pelo bom senso de acreditar que há dias em que me faço mal tanto quanto os desesperados do mundo...
Os Deuses
Sei que todo esse agouro pelo qual passamos é uma grande necessidade, mas não a enxergamos, não refletimos, apenas quando tudo se vai, como um vento forte, e sentimos que tudo nada mais era que uma brisa, não um vento forte, uma tsunami, ou mesmo um vulcão que desperdiçara suas larvas em pequenas lágrimas de fogo... Éramos nós, esses frágeis seres que, desde épocas distantes, até antes da Idade das Trevas, que persistem em chorar por si mesmo, em função de objetivos que nem mesmo sabemos se são válidos...
Aqui, de repente, fui um tanto quanto severo, mesmo porque não podemos desconsiderar homens de bem que um dia lutaram por ideais nobres, como liberdade, justiça... Os quais são tão valorosos hoje quanto em qualquer época em que um dia por elas lutaram. Por quê??
Porque precisa-se de Liberdade e Justiça mais do que no passado. Além de outros valores que um dia, corajosamente, foram elencados em bíblias, clássicos etc. Nem por isso deixaram de existir...
A questão, no entanto, é que, justamente pelo fato de não abordarem tanto, que acreditam não serem necessários. Pelo contrário... A realidade quando nos bate à porta, e com sua ponta aguda nos inflama as vísceras com seu veneno, olhamo-nos no espelho e pensamos o quanto precisamos de referenciais, de placas internas, de alguém, de uma força maior, de forças maiores que se revelam donas dos grandes valores, ou que se revestem delas próprias.
Precisamos de Deuses, destes que no passado se revestiam de formas além-humanas, mas que não poderiam ser configurados como formas eloquentes, que traduziam nossas imaginações mais que latentes ao nos depararmos com mistérios que, pensamos, jamais poderiam ser desvendados.
Assim... Em nome dessa ignorância -- na realidade transformada em uma das formas mais divinas de retratar o que não sabemos -- obedecemos a princípios, a origem destes, nos graduamos, nos iniciamos e descobrimos que temos que nos resguardar naquilo que sabemos em demasia, ou ficarmos com o que temos, a ignorância.
Ou seja, explico, é preciso ser sábio para entender que nada sabemos, e que precisamos, como humanos que somos, desse desafio, buscar a sabedoria, e ao mesmo tempo não ser sábios.
Deus
A Ideia frágil de olhar para si mesmo e não encontrar nada mais que um escuro quando se fecha os olhos, a elucubração fria e racional, o seguir literal de símbolos, os quais nasceram para direcionar o homem ao seu caminho, nos fez cair em mares profundos de ignorância...
Nos campos em que nos religávamos como seres naturais, não escolhidos, não especiais, que brilhavam no escuro, como vaga-lumes, fez com que sangue em demasia fosse derramado, que infernos fossem criados, que demônios maus fossem adotados, e a dor semântica de ter perdido a razão tomasse nossas vidas até então...
Assim, sem culpar qualquer Moisés, fomos obrigados a adotar em nossas razões um único sentido, o qual, por mais incoerente que seja, vivemos em função dele. Alimentamos nossas esperanças, entregamos nossas almas, e nele fincamos nossos espíritos.
Humanos
Não podemos fugir de nós mesmos, e esquecer que somos fagulhas divinas, nas quais deus e deuses mergulham como peixes naturais que há muito não encontram mar. Sim... somos um pouco de Mar, de Terra, de Ar, de Fogo, ou mesmo uma sincronia misteriosa que se revela forte e na maioria da vezes fraca, ao passo não deixa de se constituir uma das melhores ideias que se tem notícia..
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