As Leis e a Evolução Teimosa

E os questionamentos continuam... Agora, em torno das leis.

As leis são referências que se adotam desde que o homem é homem. Ou melhor, até antes disso, e não podemos abrir mão delas, ainda que sejamos livres, donos de nós mesmos. na tentativa de nos livrarmos de umas, na tentativa de construir outras, às quais obedecemos de acordo com os nossos preceitos, nada mais.

As leis são formas, ou um conjunto de organizações universais, as quais, se pudermos perceber um dia, não vieram da causalidade, mas de uma Inteligência a qual, até mesmo o mais sábio dos homens, a mais sábia das civilizações, resguarda em seus princípios. Enfim... As leis nos fazem coexistir, ou seja, dentro de seu majestoso conceito, nos relacionarmos, vivermos, e por que não dizer ser o que somos?...

Não podemos descartar isso, pois fazemos parte de uma organização relacionada à grande lei que, à parte de outras espécies, possui a consciência do Todo. E este, mistério insondável, nos faz inquietos quanto ao que somos, e ao que o Universo representa em nossas vidas... É a sede da verdade.

Sim, para quem tem sede de qualquer coisa, ou seja de água, de vida, de paz, de revolucionar seu meio, a própria lei nos dá condição de, dentro de seu âmbito, ir atrás e conseguir resolver, concretizar, evoluir, respeitando a todos e ao Todo, a razão das leis.

Fora de seu âmbito, o qual desconhecemos em razão de nossos desejos irrefreáveis, nossa vontade, baseada em relatividades físicas, emocionais, astrais, psicológicas sofre e termina por conhecer os reais valores da grande lei (ou pelo menos reflete-se sobre ela) e iniciando o que chamamos de experiência interna, aquela que nos ensina a respeitar o próximo, as sociedades, as religiões, ainda que seja por um breve período, mesmo porque, com o passar do tempo, como dizia uma grande sábia, "descemos a grande montanha antes mesmo de ter conhecido metade de sua base", e isso vai ao encontro de nossas realidades.

A grande lei existe, e nos faz de tolos, a sorrir acima de nossas possibilidades de compreensão. Faz-nos grãos de areia, de formigas, de goteiras respingando em meio a outras no meio de uma tempestade... Porém, com o passar do tempo, descobrimos que, na História, homens obedeceram a princípios maiores que os de suas sociedades, que de seus governantes, mesmo porque, na maioria das vezes, não estavam dentro da grande lei, nem mesmo  das suas -- apenas se fazendo respeitar pelo trono..

Tais homens, sábios, filósofos, hoje difíceis de encontrar, são vistos como débeis buscadores de soluções que o próprio mundo parece desconhecer, o que não significa que as leis não existiram. Muito pelo contrário. Se olharmos pelo retrovisor da própria história, podemos perceber que houve grandes civilizações em um passado ainda desconhecido pelo iletrado, mas que, nelas, homens de bem transformaram pessoas, países, culturas e a nós mesmos! E isso não podemos negar.

Eles seguiam as leis, e quando olhavam para o céu, sabiam que olhavam para dentro de si, e possuíam a força de lidar com a prática diária, o que não era fácil, pois a depender de seu tempo eram execrados, queimados vivos... De uma certa forma, ainda o são, depois de muuuitos séculos.

Não equivale dizer, no entanto, que seguir leis significa perseguição, estar indo de encontro a sociedades em geral. Não. Seguir leis, atualmente, seja de forma relativa, individual, social, está a cada dia mais raro, e é dessas leis que, a princípio, devemos, nos alertar,  ainda que tais leis possam beneficiar somente os grandes, os mais alinhados em palavras, os mais inteligentes, os mais favorecidos financeiramente,,,

Contudo, de acordo com a grande lei, a que refreamos em entender -- o que não a extingue do grande oceano primordial (cosmos) -- está, com certeza, presa em nossos passos, pensamentos, atos, atitudes, conselhos, como teias invisíveis  -- assim viam os gregos e egípcios -- nos educando friamente em nossa evolução teimosa.