Ao olhar o céu, penso que somos minúsculos e ao mesmo tempo privilegiados. Minúsculos em tamanho, mas privilegiados em contemplá-lo, em transformar nossas vidas pelo simples olhar em direção ao céu. Há muitos que discordam, mas fico sempre com aquela premissa de que humano não é apenas aquele que cresce e se multiplica, no sentido mais literal da palavra... Mesmo porque animais também se multiplicam.
Ser um pouco mais que estes seres maravilhosos por natureza é a nossa tônica, entretanto, estamos passando ou deixando se passar por uma época em que somos obrigados a observar maravilhas pre-fabricadas pelo homem -- algumas aproveitáveis, outras não -- o que nos faz relativistas, observadores didáticos, não naturais.
Temos que parar e se possível nos ajoelhar ante às grandes construções do passado -- não fabricadas para angariar fundos, ou para suprir a demanda de moradores, mas -- porque foram elevadas com ideais grandiosos, com o sentido mais simbólico, mas hermético, porém sagrado possível. Como as pirâmides egípcias, maias, hindus, além de templos iniciáticos que os cristãos não conseguiram derrubar em razão da própria ignorância em saber o que eram.
Projetos/Ideais
O importante, nesse universo, não é viver basicamente em função de projetos pessoais desligados da condição humana, é transformar cada minuto em ideal espirituais, e sentir nas mãos e nos pés a razão de estar vivo, preso a algo que um dia nascemos para cuidar, descobrir ou construir. Mais ainda, é saber transformar seus projetos pessoais em minúsculos sóis, dos quais retiramos chamas, tais quais larvas vulcânicas, com o fim de irradiar por onde passamos.
Não importa a religião -- essa eterna formadora de caráter --, nem mesmo se somos ou não ateus. Antes de mais nada, precisamos nos localizar, por os pés no chão, e a depender de onde estamos e com que nos encontramos, respirar o ar sagrado do passado, no qual olhares eram voltados ao céu interno, tendo como símbolo o sol, a chuva, as árvores, o fogo, a lua,...E potencializar em ideal. Não existe nada melhor, acreditem. É o mais próximo de Deus que podemos chegar. Mais próximos do mitos, dos grandes homens do passado, de nós mesmos.
E por falar em Deus...
Já se preocupou em sentir as leis no compasso de tua vida? É fantástico! Encontre um meio de relacionar seus pensamentos com algo que você ama em fazer. Trabalhe-os. Pratique-os. Seja na parte da manhã, da tarde ou da noite, faça-os como se "não houvesse o amanhã", e tudo vai se parecer com um grande dia interminável, e belo, simplesmente porque nos encaixamos na grande lei.
Assim trabalham os astros, os planetas, o próprio átomo invisível, seus elementos, com o intuito de fazer com que a vida seja sempre mais vida, ou seja, que o oceano primordial seja sempre ele mesmo, sem o livre arbítrio que nos é conhecido; a lei permanece em cima e embaixo.
E pelo fato de termos o grande livre arbítrio, esse fogo divino mal canalizado, nos elevamos, ainda que por segundos e transformamos nossas vidas em um grande processo dentro qual buscamos entender o porquê de tudo, e por isso lemos... questionamos... nos apaixonamos... nos viciamos em religiões loucas, subimos montanhas sem saber por quê, caímos em desespero e morremos sem saber nada...
Por isso, a necessidade da grande prudência. Ler os clássicos, buscar os grandes heróis, procurar seu mestre, entender o que é realmente religião, praticá-la, não ter medo de Deus, do homem, de você mesmo, arriscar-se somente de coração em projetos que te engrandecem, viver como um artista que busca a melhor canção, falar somente quando palavras de bom grado querem sair de seu coração, não acreditar em heróis midiáticos, fazer a política real, que é salvar pessoas da ignorância, e fazê-las ver a face do sol, pelo menos alguns instantes e dar-lhes a dúvida, não a certeza profana.
Amém.
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