Sei que não sou digno em me expressar sobre determinados valores que nos são legados pelos grandes do passado, mas sei também que o faço em razão de uma regra que um dia me deixaram, não muito tempo atrás, de que "Quem busca os mistérios já os tem em um determinado nível"
Assim e por isso, tentarei expor à luz da filosofia um pouco do grande manual de Baltasar Gracián, o qual foi elogiado por Nietzsche: "A Europa nunca produziu nada tão poderoso".
As pessoas
"Tudo alcança a perfeição, e tornar-se uma verdadeira pessoa constitui a maior perfeição delas".
Sabe-se que a tradição, em seu legado, a partir de grandes sábios, nos deixa a crer que o que somos, o que realmente somos, está bem longe do que opinamos. Cientistas -- biólogos, físicos, astrônomos, entre outros, -- definem o ser humano a partir de premissas físicas, cósmicas, as quais, na realidade, não estão tão longe, mas, por si mesmas, marginalizam, flutuam, e ficam como balões subindo na atmosfera, fugindo do centro.
O que precisa ser dito, no entanto, é que a Ciência, com seu comportamento não inútil, mas também não muito útil, revela-se "dona da verdade", assim como muitas religiões o fazem, porém de forma mais material. Não que, diga-se de passagem, não precisamos da Ciência para o autoconhecimento. Muito pelo contrário. Ela nos força refletir a partir do que não temos. Moral e Ética, por exemplo.
E tais valores, tão em falta, eram tão relevantes, que exércitos não iam às batalhas sem eles. A prova disso é que anos depois da morte de Epíteto, o estoico, tivera seu manual homônimo como um dos mais necessários à época, assim como o livro "O imperador filósofo", de Marcus Aurélio, também o é, hoje, e muitos outros, para finalizar, como "A Arte da Guerra", de Sun Tsu. Todos com uma só meta... Descobrir a partir de referenciais antigos o caminho para os valores humanos.
Por quê?
Platão, filósofo grego, discípulo de Sócrates, disse um dia que "o que somos está preso, amarrado, dentro de nós", o que nos faz repensar o que seria isso, esse nós. Fala de um Ser, de algo superior, de algo que estaria mais além de nossas possibilidades de conhecimento, de finalidades relativas, não absolutas a nos conhecer realmente.
E isso é que nos falta, essa tendência, declinação filosófica no sentido mais estrito da palavra, com vistas a refletir, praticar, e em cada plano, seja ele material ou emocional, intucional, ser uma pessoa. Esta, segundo o autor Gracián, deveria alcançar o ser "pessoa", como uma conquista, um ideal. E isso coadona com vários mestres do passado.
Continua.
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