quinta-feira, 11 de maio de 2017

Até o outro chegar...

Acrópolis:  cidade alta.
Simbolizando o que podemos ser.

"Nunca esperamos modificações a partir de nós mesmos, sempre esperamos pelo outro", já dizia um grande palestrante filósofo com o qual tive o prazer, um dia, de ter aulas. E ele, sempre bem apessoado, com suas vestes simples, simplificava o que se passava em torno do mundo com frases e máximas que normalmente só entende quem o conhece, mas, nesse dia, pareceu-me que queria que todos o ouvisse, e exclamasse sua indignação às pessoas que reclamam diariamente e nos mantém informadas sobre o que é ela mesma... E na maioria das vezes, nós, seres hipócritas, dizemos "me desculpa, não me interessa"...

Claro que nos interessa! A vida alheia, a sociedade, o mundo, o universo, e a depender do local, até mesmo da briguinha do vizinho não nos passa batido.  Porquê? em algum ponto da História, o homem começou a se importar com o externo, no sentido de tentar entender as guerras, a política que não vai e nem nos leva lugar algum. Desse modo, as soluções se tornaram relativas, passageiras, sempre voltando à tona como monstros que mal matamos, e que nos surgem de dentro dos lixos que deixamos acumular.

Se um dia houve uma classe que se importou consigo mesmo no sentido de mudar o mundo, essa classe foi a dos pensadores e filósofos clássicos, dos quais sempre retiramos não apenas máximas, mas exemplos de modificações estruturais a partir daqueles. É o caso de Cristo, Buda, Platão, de Sócrates, e de outros homens, como generais, os quais tiveram a prudência em viver de acordo com os valores humanos.

Por quê? porque nunca acreditaram em céus e infernos, ou em um salvador da pátria que pudesse nos levar às guerras, ou mesmo ao céu físico, metafórico ou não. Ao contrário. Ou melhor, olhavam no espelho da Natureza e sabiam que seus caminhos estavam corretos, graças as respostas que obtinham quando faziam seus questionamentos a si mesmos.

Tais homens tinham suas visões acerca da política, da sociedade e do mundo, sempre distintas um do outro, contudo, assim como retas paralelas, se encontravam no final em ideais. A mudança do mundo a partir do ser humano. Mesmo porque não há outra forma de modificá-lo a não ser por nós mesmos, como se fôssemos células em uma vastidão cósmica harmonizando com o todo.

Esse todo, esse universo, como diria o grande professor, "reside em nós" -- afirmativa que até a própria Ciência copia --, mas sempre nos preocupamos primeiramente com os defeitos dos outros, não com o nosso. E isso gera profundos males como sistemas que elegem burocratas, populistas, ditadores, os quais refletem a imensidão de nossa ignorância em tentar modificar o mundo começando por fora...



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volto depois.


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